A Polícia Federal conseguiu áudios de anos atrás que mostram Pablo Marçal (PRTB), o coach forasteiro de extrema direita que é candidato a prefeito de São Paulo, da época em que ele integrava uma quadrilha de criminosos que aplicavam golpes digitais em bancos, tendo como alvo preferencial idosos que eram clientes dessas instituições. Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de cadeia pela Justiça, por furto qualificado, embora não tenha cumprido a sentença por prescrição do processo.
No áudio, revelado pelo diário carioca ‘O Globo’, o homem que pretende governar a maior cidade do hemisfério sul da Terra com um discurso estapafúrdio e uma campanha recheada de escatologias conversa com um sujeito que seria o chefe do bando de golpistas. O líder parece descontente com a lista de e-mails obtida por Marçal para fisgar novas vítimas, e o cobra por um “material” de melhor qualidade.
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“Quero ver a produção de e-mail capturado. Aqueles e-mails que você capturou no primeiro dia não estavam bons”, diz o chefe dos bandidos ao hoje coach de extrema direita que até pouco tempo rasgava elogios e abraços apaixonados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Percebendo que está levando uma “prensa” por não fornecer uma listagem de vítimas que permita um aumento nos golpes do bando, Marçal diz que ele mesmo quer ir ao “QG” da quadrilha para disparar as mensagens.
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“Não tem jeito de eu enviar de lá (do local onde os criminosos se reuniam)? Eu mesmo pôr para enviar os que eu estou pegando?”, retruca o candidato a prefeito do PRTB.
O líder da quadrilha não fica satisfeito com a proposta do subordinado, desconversa e nega o pedido. “Não, porque eu quero ver, né? Lá (no local dos golpes) é pra capturar, filho”, responde.
Ainda nesta quarta (21), mais cedo, foi revelado que duas grandes lideranças de seu partido, o PRTB, figuram numa investigação da Polícia Civil de São Paulo como integrantes de uma quadrilha que trocava automóveis de luxo por pacotes de cocaína para o PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior organização criminosa do Brasil e que opera em pelo menos 24 países.
Ouça o diálogo: