Em sabatina UOL/Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (12), o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL-SP) evidenciou o modus operandi do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) após ser questionado sobre o uso da máquina pública para as campanhas na capital paulista.
A jornalista do UOL Raquel Landim, ex-CNN, questionou o deputado sobre a decisão da Justiça Eleitoral que condenou o presidente Lula e Boulos por campanha antecipada.
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Durante uma celebração de 1º de maio, fora da agenda oficial, o presidente Lula pediu votos para Boulos na Prefeitura de São Paulo. A justiça entendeu a atitude como campanha antecipada, e a candidatura recorre da decisão.
De maneira astuta, o pré-candidato usou a pergunta para questionar o atual prefeito apoiado por Bolsonaro, que fez um ciclo de inaugurações para tentar aumentar sua popularidade nos últimos meses.
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"Eu acho impressionante quererem inverter onde está o uso da máquina pública e de campanha antecipada. O atual prefeito está, desde o ano passado, usando cada inauguração. Às vezes ele vai inaugurar uma placa, vai inaugurar um metro de asfalto. Ele faz um palanque, chama a imprensa, fala mal de mim, reiteradamente. Se promove, promove a pré-candidatura dele à reeleição com dinheiro público e isso é tratado como algo natural", afirmou Boulos.
Boulos foi questionado sobre sua presença em eventos oficiais de lançamento de projetos do governo federal em SP. Recentemente, o psolista esteve junto de Lula no evento que lançou obras de educação superior em Itaquera, na Cidade Tiradentes e no Jardim Ângela.
"O presidente Lula me apoia. Eu ajudei a trazer investimentos do governo federal para a cidade", afirmou Boulos. "Pergunte quantas reuniões eu tive com o ministro Camilo Santana, e com o Getúlio, que é responsável por institutos federais no MEC, para a gente viabilizar o Instituto de Cidade Tiradentes e do Jardim Ângela. Ou para a gente conseguir as condições para garantir o início de obra da Universidade Federal em Itaquera, na zona leste", questionou.
"Foram investimentos que eu, como deputado federal, fui, dialoguei com o governo e ajudei a trazer. Estive nos eventos, fiz minhas falas valorizando a atuação do governo federal", explicou.
"O que eu quero te dizer é a diferença de proporção. Isso aconteceu três vezes [...] Três vezes em seis meses. O prefeito faz isso três vezes por dia. A proporção é muito desigual", completou o pré-candidato.