Moradores dos bairros periféricos da Baixada Santista acusam integrantes da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) que atuam na Operação Escudo de cometer execuções, torturas e abordagens violentas contra a comunidade e indivíduos recém-saídos do sistema prisional.
A PMSP, sob a liderança do governador do estado, o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem como secretário de Segurança Pública Guilherme Derride, que é o responsável por supervisionar pessoalmente a Operação Escudo.
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A Operação Escudo foi deflagrada em 2023. Nos últimos dias, 14 civis e 3 policiais militares morreram em ações da mais nova fase da operação Escudo.
Alta letalidade
As denúncias de violência policial praticadas por policiais militares durante a Operação Escudo foram coletadas neste domingo (11) por uma delegação composta pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, Defensoria Pública e parlamentares estaduais, incluindo Eduardo Suplicy (PT) e Mônica Seixas (PSOL).
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À Agência Brasil, Mônica Seixas, afirmou que a região vive um clima de medo diante das ações truculentas da polícia.
"Estamos diante de um Estado de exceção, com a polícia autorizada a agir sem respeitar o devido processo legal", declarou.
Esta nova fase da Operação Escudo, uma resposta ao assassinato do PM Samuel Wesley Cosmo em Santos no dia 2, já resultou na morte de 18 civis em supostos confrontos.
Relatos recolhidos pelas autoridades indicam uma campanha de intimidação e vingança por parte da polícia. "As comunidades relatam ameaças diretas aos jovens, numa clara operação de retaliação", complementou Seixas.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP), questionada sobre as acusações, não se pronunciou imediatamente. Em nota anterior, afirmou que todos os incidentes estão sob investigação, destacando as seis mortes de policiais desde o início do ano e os 18 suspeitos mortos em confrontos.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, expressou sua preocupação com os eventos na Baixada Santista, alertando para as graves violações de direitos humanos reportadas.
Em meio à escalada de violência, a prefeitura de São Vicente cancelou o carnaval de rua por questões de segurança.
Mais mortes na Baixada Santista
Neste sábado (10), dois homens não-identificados, que teriam 36 e 37 anos, foram mortos em um suposto confronto com policiais militares no Morro do São Bento, em Santos, no litoral paulista.
Com essas, já ocorreram 17 mortes na nova fase da Operação Escudo.
Com informações da Agência Brasil