VIOLÊNCIA SEXUAL

O andamento do caso da mulher que acusa 11 PMs de estupro coletivo em SP

Ela afirma que foi dopada numa casa aluga, em Guarujá, na Baixada Santista, e que militares fizeram fila para violentá-la. Ouvidoria pediu afastamento imediato de todos

Créditos: Rovena Rosa/ Agência Brasil
Escrito en BRASIL el

O caso de uma mulher de 33 anos que acusa 11 policiais militares de São Paulo de terem a estuprado numa casa de temporada em Guarujá, no litoral do estado, teve mais um desdobramento nas últimas horas. A Ouvidoria de Polícia pediu o afastamento imediato de todos os agentes de segurança envolvidos no suposto crime. O órgão encaminhou o ofício com a exigência à Secretaria de Segurança Pública (SSP) e ao Comando-Geral da Polícia Militar.

A PM já havia informado que instaurou uma sindicância para apurar a conduta de seus integrantes no episódio, enquanto a Polícia Civil instaurou imediatamente após a denúncia um inquérito para investigar o delito comunicado pela vítima. A Corregedoria da PM deve acompanhar também os desdobramentos do caso.

A mulher que denunciou os policiais afirmou ter engravidado após o suposto estupro coletivo, que segundo ela contou ainda com a participação de um 12º homem, o único que não era PM. Ela interrompeu a gravidez por decisão própria no quarto mês de gestação.

Nas palavras da denunciante, ela teve relações sexuais de forma consensual com um dos participantes do encontro no imóvel litorâneo, mas afirma ter sido dopada presumivelmente após ingerir bebida alcoólica. A vítima diz ainda que foi levada para um quarto e que uma fila se forma para que o estupro fosse praticado por todos, que se apressavam entre si dizendo coisas como “vai logo, eu quero ir também”. Ela disse que ‘apagou’ após ser dopada, mas que teve instantes de consciência.

Ela acordou no dia seguinte ainda na casa e procurou a amiga, que afirmou não saber nada sobre o estupro.

"Ela me disse: 'Você estava em um quarto com vários caras. Safadinha, hein'. E eu respondi que não, que na verdade eu nem sabia o que estava acontecendo. Foi quando ela começou a ficar preocupada", disse a vítima.

Um amigo que também estava na festa contou a ela ter sido o responsável por entrar no quarto "interromper" os abusos. Ela acredita que ele, que não é PM, também teria participado do ato.