O candidato do PL à prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues, será investigado pela Assembleia Legislativa de Goiás por ter ocupado um cargo na Casa que exigia curso superior, mesmo sem ter diploma universitário.
Ele assumiu o cargo de diretor de promoção de mídias sociais na Assembleia após ter seu mandato de deputado estadual cassado em dezembro de 2023. A cassação aconteceu por conta da prestação de contas das eleições de 2020, quando concorreu a vereador por Goiânia.
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O responsável pela sua nomeação foi o deputado Bruno Peixoto (União Brasil), mas o cargo exigia nível superior completo. Na ficha cadastral preenchida por Fred Rodrigues, ele declarou ter se formado em Direito pela PUC-GO em 2010, o que não é verdade.
Sem diploma
O fato de Fred Rodrigues não ter diploma surgiu nesta reta final do segundo turno. A Superintendência da Polícia Federal em Goiás recebeu na quarta-feira (23) uma notícia-crime contra o bolsonarista, protocolada pela coligação "União por Goiânia", do candidato Sandro Mabel (União Brasil). A ação pede uma investigação com base no artigo 350 do Código Eleitoral, que trata do crime de inserção de dados falsos no sistema eleitoral para disputa de campanha política.
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Na Justiça Eleitoral, o candidato do PL aparecia como tendo concluído o curso de Direito na PUC-GO. O Ministério Público Eleitoral solicitou à universidade explicações e a resposta foi que Rodrigues nunca finalizou o curso e que a matrícula foi desativada em 2013.
Desmentido, o ex-deputado alegou que houve um erro por parte da campanha no registro da sua candidatura. Mas em entrevista a uma emissora de televisão, ele havia dito que tinha curso superior. “Agradeço o espaço à PUC-GO, minha universidade, onde me formei em Direito. Muito feliz em estar de volta”, disse, na ocasião.
Bolsonaristas divididos
A capital de Goiás se tornou uma "questão de honra" tanto para Jair Bolsonaro (PL), apoiador de Fred Rodrigues, quanto para o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que já se declarou como pré-candidato à presidência da República em 2026. Os dois se envolveram nas campanhas do segundo turno.
“Ele deu informações falsas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Quem comete crime de falsidade ideológica é estelionatário e o povo não vai admitir de forma alguma que alguém que pratica estes crimes seja prefeito de Goiânia”, afirmou Caiado nesta quinta-feira (24).
No mesmo dia, o candidato do PL recebe em ato de campanha a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF). "É hora de as tias do Zap voltarem a trabalhar. Quero todo mundo engajado. Cada um de nós vai sair daqui com o compromisso de converter 50 votos e o Fred vai ganhar essa", concovou Damares.
Segundo o jornal O Globo, aliados de Bolsonaro defendem que ele desembarque da candidatura. O ex-presidente prometeu acompanhar a apuração com seu protegido.