POLÍCIA MILITAR

PM expulsa soldado influencer que abandonou posto no carnaval e caiu no samba

Conhecido nas redes como 'Demolidor', ele era responsável por revistar as pessoas no camarote no Sambódromo paulistano

Paulo Rogério da Costa Coutinho, o Demolidor.Créditos: Instagram
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Nem os tamborins abafaram a bronca: o soldado Paulo Rogério da Costa Coutinho, da Polícia Militar de São Paulo, foi oficialmente desligado da corporação após dar um "perdido" digno de enredo de escola de samba. Durante os desfiles do Carnaval de 2022 no Sambódromo do Anhembi, ele trocou o posto de serviço por quase duas horas de folia em um camarote — e agora está fora da avenida... e da PM.

Lotado no 18º Batalhão da Polícia Militar, na Zona Norte da capital, Paulo Rogério tinha a missão de fazer a revista do público. Mas, segundo a Corregedoria da PM, preferiu curtir a festa do lado VIP da arquibancada, sem nenhuma ocorrência ou missão que justificasse o passeio. A decisão de sua demissão foi publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira.

E ele não estava sozinho. O soldado Leandro Celestrin Medina, também da PM, acompanhava Paulo Rogério no camarote. Ele escapou da expulsão, mas não saiu ileso: vai cumprir 10 dias de reclusão no quartel. A Corregedoria considerou que faltavam provas para puni-lo com maior rigor.

Transgressão de natureza grave

No parecer da PM, o comportamento dos dois foi classificado como “ato atentatório à Instituição e ao Estado” e “transgressão disciplinar de natureza grave”. E para completar o enredo, a defesa do soldado alegou que ele estaria com problemas de saúde mental — argumento que caiu por terra, já que ele não compareceu à avaliação médica necessária para confirmar a condição.

Famoso nas redes sociais como “Demolidor”, Paulo Rogério ostenta tatuagens no rosto e um perfil ativo comentando ações policiais. Ele diz ser vítima de perseguição dentro da corporação por seu visual e por sua presença online. Sua defesa afirma que, no camarote, o soldado apenas atendia fãs que pediam selfies — versão que não convenceu os superiores.

O advogado João Carlos Campanini, que representa o ex-policial, contesta a decisão, classificando-a como “política e motivada por bastidores”. Agora, o caso será levado ao governador Tarcísio de Freitas ou, em última instância, ao Tribunal de Justiça do Estado, na tentativa de reverter a expulsão.

Enquanto isso, o “Demolidor” aguarda o próximo capítulo dessa novela com cara de marchinha fora do tom.

Com informações do Globo

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