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VÍDEO: PMs arrombam adega e espancam proprietários e clientes

Agressão brutal ocorreu por conta de denúncia de barulho no entorno do estabelecimento

PMs invadem adega em Ribeirão Preto.Créditos: Reprodução de Vídeo
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A ocorrência era por perturbação da ordem. Vizinhos acionaram a Polícia Militar (PM) por conta de barulho na madrugada de sábado para domingo no entorno de uma adega em Ribeirão Preto,

O que se seguiu a isto foi uma agressão desmedida e truculenta dentro do estabelecimento, com ameaças de morte, gritos e agressões contra, entre outros, idosos, mulheres e crianças que estavam no local.

Segundo o proprietário, com a chegada dos policias, que disparavam bombas de efeito moral, começou uma correria e ele decidiu fechar as portas do estabelecimento com alguns clientes dentro. Os PMs, então, passaram a exigir que ele abrisse as portas com gritos e ameaças de morte.

"Eu falei: senhores, eu tenho um portão lateral. Se o senhor aguardar, eu abro. Mas, do jeito que vocês estão, não tem como. Se vocês estão dizendo que vão matar, eu vou abrir e vocês vão nos matar", disse o dono, que não quis se identificar.

Os PMs então arrombaram a porta. Um deles agrediu um funcionário que estava com as mãos na cabeça com um cassetete. Um homem de 61 anos foi empurrado, caiu em cima de uma moto e, a seguir, levou um tapa de um policial.

Outro cliente que estava no local recebeu 17 golpes de cassetete. O jovem começou a gritar: "Pelo amor de Deus". O agente respondeu: "Nem Deus vai te livrar" e continuou a bater.

"Não ofereci nenhum tipo de reação. Todo momento com a mão na cabeça. Cenas de terror de pessoas que a gente imaginava que deveriam ser nossos heróis", disse o filho do dono da adega, que também não quis se identificar.

"Chamavam a gente de vadia, de vagabundas. 'Cala a boca, sua vagabunda'", firmou uma das mulheres que estava no local. Outra mulher também apanhou.

"Bateram em pessoas de bem. Você não vê em momento algum as vítimas sendo revistadas. Foi um verdadeiro procedimento fora de qualquer padrão", disse Alexandre Durante, advogado do dono do depósito de bebidas.

As piores agressões, segundo o proprietário, ocorreram em um cômodo que não tinha câmeras de monitoramento. Ele estava no local com seu filho de 6 anos e sua filha de 13.

"O policial começa a me bater, me bater. E eu só seguro o meu filho para o PM não acertar ele. A minha filha desmaiou", contou o proprietário.

Os PMs perceberam que havia câmeras por toda parte, eles pediram as filmagens, mas não conseguiram encontrá-las. Foram encontradas máquinas caça-níqueis no local. Por conta disso, o proprietário e seu filho foram para a delegacia algemados e, agora, respondem por contravenção penal.

O que disse a PM

A corregedoria da Polícia Militar disse que investiga o caso da adega em Ribeirão Preto.

A secretaria de Segurança Pública de SP informou que "remanejou os agentes envolvidos para funções administrativas" e que "a instituição não tolera excessos ou desvios de conduta, punindo com rigor toda irregularidade comprovada".

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