Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado. E dentro da própria extrema direita que lidera com mãos de ferro. O ex-presidente que comanda todo o setor fundamentalista ultraconservador brasileiro teve que determinar que os ataques e insultos contra o Pablo Marçal (PRTB), o coach condenado por integrar uma quadrilha de fraude a bancos que disputa a Prefeitura de São Paulo, cessassem.
O nome oficial do bolsonarismo para a disputa na capital paulista é o do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que vem caindo pelas tabelas, enquanto o referido eleitorado vai em massa para o barco de Marçal. Bolsonaro e os filhos capitanearam um ataque massivo ao coach nos últimos dias, que de aliado deveria virar traidor e ser abandonado. Mas a claque não respeitou e seguiu manifestando apoio público a Marçal, inclusive discutindo e colocando-se contra o ex-presidente e sua prole. Não foi possível contornar a situação e, sendo publicamente ‘desobedecido’ e desafiado, o antigo ocupante do Palácio do Planalto teve que colocar o rabo entre as pernas e mandar parar com a ofensiva, fingindo que nada aconteceu para não parecer cada vez mais desgastado e sem autoridade.
Te podría interesar
A decisão da Justiça Eleitoral, no fim de semana, de determinar a suspensão de todas as redes monetizadas de Marçal caiu como uma luva para Bolsonaro. Ele aproveitou para fazer uma defesa discreta do coach, no melhor estilo “liberdade de expressão total até para cometer crimes”, disfarçou o mal-estar e a troca de tiros pública e submergiu. Os filhos fizeram igual, mesmo depois de serem xingados por Marçal até de “retardados mentais”.
De qualquer forma, uma derrota de Nunes ou de Marçal para Boulos (PSOL) representaria uma clara e inequívoca derrota de Bolsonaro e do bolsonarismo na maior cidade do Brasil, como já ocorreu em 2022, quando o ex-presidente perdeu para Lula (PT) na megalópole. Uma repetição do fato seria algo desastroso para a extrema direita.
Te podría interesar
Por outro lado, o dilema de Bolsonaro mora no seguinte aspecto: combater Marçal e seguir sendo derrotado representaria sua ruína e sua perda de liderança, mas permitir que ele vença em São Paulo minaria completamente o poder do “capitão”. A situação, dizem interlocutores do grupo ultrarreacionário, está tirando totalmente o sono do “mito”.