Após assembleia do Sindimotoristas realizada nesta sexta-feira (28), os motoristas de ônibus da cidade de São Paulo anunciaram que farão uma greve na próxima semana, a partir de quarta-feira (3).
A pauta é um reajuste salarial de 3,69% a partir do IPCA, o índice de inflação oficial, que se somam ao pedido de mais 5% de aumento real e 2,46% em reposições das perdas salariais oriundas da pandemia. De acordo com o Sindimotoristas, os índices foram calculados utilizando dados do Dieese.
Te podría interesar
Os patrões propuseram um aumento de 3,23% baseado no INPC, o índice Nacional de Preços ao Consumidor, mas a representação da categoria não aceitou. Se olharmos para a reivindicação, as pretensões dos motoristas triplicam esse aumento proposto.
Outra pauta de reivindicação diz respeito à jornada de trabalho. Recentemente os motoristas saíram de 6 horas diárias para 8.
Te podría interesar
Mesmo assim, o SPUrbanos (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo) se diz “incrédulo” com a decisão dos motoristas de paralisar. Em nota, a entidade lembra que há uma reunião para negociar as demandas e propostas antes disso.
De fato, o Tribunal Regional do Trabalho tem uma audiência marcada para a manhã de terça-feira (2) com o SPUrbanos e o Sindimotoristas. O pedido foi feito pelos trabalhadores, que alegaram ausência da representação patronal nas negociações.
Com o anúncio da greve, essa negociação pode até ser antecipada e os trabalhadores driblam a falta de diálogo da patronal, passando para eles a pressão para a assinatura de um acordo. A frota de ônibus de São Paulo conta com quase 14 mil veículos e transportou em maio cerca de 184 milhões de passageiros. E as empresas são remuneradas por passageiro transportado - por isso tantos ônibus lotados.
Na assembleia do sindicato, o voto na paralisação foi unânime e, de início, a ideia era que greve começasse já na próxima segunda-feira (1). Foi o presidente do sindicato, Edivaldo Santiago, quem propôs o início para a próxima quarta (3), levando em consideração o “aviso prévio de greve” de 72 horas previsto em lei. O Sindimotoristas tem cerca de 60 mil trabalhadores na sua base.