GENTE DE BEM

Renato Cariani teria usado ilegalmente dados de crianças para comprar “hormônios de crescimento”

O empresário bolsonarista e influencer fitness também é réu por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Renato Cariani, influenciador fitness e empresário bolsonarista, é indiciado por três crimes.Créditos: Reprodução/Facebook
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Renato Cariani, o empresário bolsonarista que agora é réu por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, também protagonizou em 2017 um esquema de apropriação indevida de dados de crianças para comprar os chamados “hormônios de crescimento”. É o que diz um novo relatório da Polícia Federal sobre a Operação Hinsberg, que investigou suas atividades.

As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (19) na CNN Brasil. Segundo a PF, Cariani teria se associado a uma mulher chamada Elen Couto, que seria sua amiga pessoal, para levar o esquema adiante. De acordo com as informações veiculadas, ele teria usado a amiga para obter receitas médicas e descontos na compra do Norditropin, popularmente conhecido como “GH”.

O medicamento é utilizado para repor os hormônios de crescimento em pacientes que, por alguma razão, apresentam baixos índices da substância no corpo. Geralmente os pacientes são crianças, mas também podem ser adultos que, por conta por exemplo de um tumor, tenham registrado uma baixa nos hormônios correspondentes. Um frasco com 15 ml da substância custa, em média, R$ 2 mil nas farmácias brasileiras.

Em conversa interceptada pelos federais, Couto teria pedido nomes de crianças para “comprar mais daquele medicamento” e disse que cadastraria os dados dos próprios alunos para o bolsonarista adquirir os medicamentos com desconto. Para a PF, as conversas reforçam as suspeitas de falsificação e fraude nas práticas investigadas.

Ainda segundo a PF, o escândalo do uso de dados de crianças não é objeto específico de investigação, mas foi encontrado em meio às apurações sobre o escândalo da Anidrol Produtos para Laboratórios, a empresa de Cariani que vendeu insumos para a produção de cocaína e crack para o crime organizado. O objetivo dos investigadores com a nova revelação é reforçar as teses da investigação central.

Entre outras coisas, teriam encontrado nas conversas entre Couto e Cariani indícios de que o empresário tinha ciência das vendas simuladas da empresa para a facção criminosa. Além disso, Elen Couto também teria trabalhado na Anidrol.