BOLSONARISMO

Renato Cariani: amigo de influenciador é indiciado por associação ao tráfico de drogas

Fábio Spínola seria o elo de Cariani com o PCC. Ele ainda criou o pseudônimo de Augusto Guerra para lavar dinheiro com notas fiscais sobre fictícias vendas ao laboratório transnacional AstraZeneca.

Fábio Spínola e Renato Cariani.Créditos: Reprodução / Instagram
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A Polícia Federal indiciou Fábio Spínola por associação por tráfico de drogas, tráfico equiparado e lavagem de dinheiro. Amigo do influenciador Renato Cariani, ele seria o elo entre o bolsonarista e o Primeiro Comanda da Capital (PCC).

Segundo as investigações, Spínola seria cúmplice de Cariani e operaria um esquema para tentar ludibriar os órgãos de fiscalização sobre o desvio de toneladas de solventes como o acetato de etila, acetona, éter etílico, cloridrato de lidocaína, manitol e fenacetina, todos usados para produzir cocaína e crack. 

Além da ligação com a facção criminosa, Spínola criou o pseudônimo de Augusto Guerra para lavar dinheiro com notas fiscais sobre fictícias vendas ao laboratório transnacional AstraZeneca.

Em depoimento no ano passado, no primeiro inquérito aberto em 2016, Cariani mostrou uma troca de e-mail com Augusto Guerra, que segundo ele seria representante da AstraZeneca, e disse que chegou a se encontrar com ele. A Polícia Civil e o Ministério Pública de São Paulo acreditam na versão do influenciador e arquivaram a investigação.

No entanto, a PF descobriu na atual investigação que Guerra, na verdade, é Fábio Spinola, amigo de Cariani, que faria a ligação com o PCC. Spinola chegou a ser preso em maio deste ano na Operação DownFall, sobre organização criminosa que usava mergulhadores para colocar droga no casco de navios.

Ele foi solto uma semana antes da operação da PF, que o encontrou ainda de tornozeleira eletrônica e com R$ 100 mil em dinheiro em sua casa.

Segundo a PF, o montante de produtos químicos desviados seriam usados para produzir toneladas de cocaína e crack.

Cerca de 2 mil litros de três tipos de solventes poderiam ser usados para produzir 1.640 quilos de cocaína. Substâncias em pó usadas para adulterar a droga poderiam resultar em 15,8 toneladas.

A PF ainda relaciona o desvio de 4.875 quilos de fenacetina, que resultaria na produção de 12,2 toneladas de crack.