Assassinado nesta terça-feira (5) em meio a mais uma ação desastrosa da polícia militar paulista quando brincava em frente à casa da prima no Morro São Bento, em Santos, o pequeno Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, relatava insistentemente à mãe, Beatriz da Silva Rosa, um anseio em relação ao pai.
Mesmo de muletas, por uma deficiência nas peras, Leonel Andrade Santos, de 36 anos, pai de Ryan, foi fuzilado por PMs do Comando de Operações Especiais (COE) em fevereiro deste ano.
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O assassinato aconteceu durante a operação Verão, desencadeada pelo governo Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que deixou 56 civis mortos na Baixada Santista em cerca de três meses.
Parentes de Leonel dizem que a PM impediu que uma equipe de socorro chegasse até ele, que foi levado juntamente com um amigo, Jefferson Ramos de Miranda, já sem vida para a Santa Casa de Santos.
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Anseio pelo pai
Em entrevista ao site Metrópoles, Beatriz Rosa revelou que o filho, de 4 anos, tinha um anseio em relação ao pai, Leonel, que falava para todos na família - e causava preocupação na mãe.
“Todo dia eu tenho que explicar. Todo dia eles perguntam do pai. Esses dias meu filho mais novo [Ryan} falou: ‘Mamãe, eu quero morrer’. Aí, eu desviei o olhar, tentei conversar de outra coisa para ver se ele se distraía. E ele repetia: ‘Mamãe, olha para mim, eu quero morrer, e tem que ser agora, porque eu quero ver meu pai’. ‘Filho a gente não pode antecipar isso, Deus vai preparar nossa hora e um dia a gente vai rever o papai, mas por enquanto a gente vai ter que caminhar’”, contou ao site.
Depois de baleado, Ryan chegou a ser levada para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ainda nesta terça.
Em nota ao Metrópoles, a Secretaria da Segurança Pública lamentou a morte da criança.
“Os policiais militares agentes faziam patrulhamento em uma área de tráfico de drogas na região quando foram atacados por um grupo de aproximadamente 10 criminosos”, informou.