Aliado contumaz de Ricardo Nunes (MDB) e do vicem o coronel bolsonarista Mello Araújo que defende abordagem policial diferenciada na periferia e nos jardins, o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) comanda uma política de terror levada a cabo pelas polícias militar e civil do Estado.
Sob o comando do bolsonarista Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública, as polícias civil e militar aumentaram em 83% o número de pessoas negras assassinadas entre janeiro e agosto deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.
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Dados levantados pelo Instituto Sou da Paz, divulgados pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira (22), revelam que a polícia paulista cometeu 78% mais assassinatos no comparativo entre os dois períodos.
Uma em cada 3 vítimas é negra. No entanto, o número de pessoas brancas mortas pela PM também cresceu assustadoramente: 59%.
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Segundo o Sou da Paz, nos primeiros oito meses de 2024, 441 pessoas foram mortas pela polícia no Estado. No mesmo período do ano passado foram 247 mortos.
Dos mais de 400 assassinatos, 283 foram de pessoas negras e 138 de brancos - outras 20 tiveram a raça ou cor ignoradas nos documentos pela polícia. No mesmo período do ano passado, foram mortos 154 negros e 87 brancos.
Os negros são maioria nos assassinatos conduzidos pela polícia mesmo representando 41% da população paulista.
A maioria dos crimes policiais aconteceu na capital paulista e na Baixada Santista. Em São Paulo, cidade administrada por Ricardo Nunes, o número de mortos pela polícia passou de 76 para 118 no comparativo. Na baixada, os assassinatos foram de 54 para 109 no período.
"O que a gente vê é um retorno a uma letalidade policial que tem cor, tem endereço, tem gênero. Não é à toa que, em 2024, o percentual de vítimas negras de letalidade policial em serviço bateu o recorde dos últimos anos", disse o coordenador de projetos do Instituto Sou da Paz, Rafael Rocha, que divulgou o estudo inicialmente para a Folha de S.Paulo.
"As polícias estão matando mais, mas essa morte está concentrada entre as pessoas pretas e pardas. Então, o que nos faz imaginar, e aí tem que olhar também para a localização dessas mortes, é que a polícia está sendo mais letal no geral e ainda mais letal nas periferias da cidade de São Paulo, na região metropolitana, do interior, sobretudo na região da Baixada Santista", emendou.
Em nota ao jornal, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo diz que as abordagens seguem "parâmetros e procedimentos técnicos com absoluto respeito à lei".
"Desde a formação e ao longo de toda carreira, os policiais paulistas passam por cursos de formação e atualização que contemplam disciplinas de direitos humanos, igualdade social, diversidade de gênero, ações antirracistas, entre outras", afirma o governo Tarcísio.