Marcelo Freixo, que trabalhou diretamente com Marielle Franco, declarou que a condenação dos réus confessos do assassinato da vereadora pode mudar o cenário da Segurança Pública no Rio de Janeiro. O atual presidente da Embratur fez a declaração nesta quarta-feira (30), durante o primeiro dia do julgamento de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.
"O assassinato de Marielle e do Anderson revelou um esgoto político dentro da segurança pública do Rio muito profundo, gente muito poderosa por trás. São réus confessos, nós sabemos disso, mas é muito importante esse julgamento. É um dado muito significativo para a segurança pública do Rio porque foram seis anos onde se tentou de tudo para que esse julgamento não chegasse", disse Freixo ao O Globo.
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O que a gente espera é que chegue o momento de uma condenação justa, mas que também revele algo que pode mudar o Rio de Janeiro", completou.
Por muitos anos, Marielle foi assessora parlamentar de Marcelo Freixo quando ele cumpria o cargo de deputado estadual pelo PSOL.
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Freixo também destacou o fato dos réus serem dois ex-policiais militares, o que escancara a corrupção existente na cidade e revela que o 'escritório do crime' funcionava dentro da própria Delegacia de Homicídio.
"São dois julgamentos distintos, hoje são os executores que são réus confessos, mas é importante dizer que são dois executores muito conhecidos pela segurança pública, são dois policiais, dois agentes. É inacreditável imaginar que o Ronnie Lessa, depois de tantos anos, é a primeira vez que ele é um réu. Quantas pessoas foram mortas antes e não foram investigadas? Quem é da segurança pública sabe o que estou dizendo. Talvez se o 'escritório do crime' não tivesse sido uma Delegacia de Homicídio por tantos anos, a Marielle estivesse aqui entre nós", declarou.
O julgamento de Lessa e Queiroz teve início nesta quarta-feira (30) e tem previsão de terminar na madrugada de quinta-feira (31). Os réus são acusados de duplo homicídio triplamente qualificado, um homicídio tentado, e pela receptação do veículo usado no dia do crime. O Ministério Público pedirá pena máxima, de 84 anos, para ambos.
Participam do julgamento como testemunhas a assessora Fernanda Chaves, única sobrevivente do crime; Marinete da Silva, mãe de Marielle; Mônica Benício, viúva da vereadora; Ágatha Reis, viúva de Anderson; uma perita criminal e dois agentes da Polícia Civil.
Já as outras duas testemunhas foram indicadas para a defesa de Lessa. A defesa de Élcio de Queiroz desistiu dos depoimentos.
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