Candidato de Lula à prefeitura paulistana, Guilherme Boulos (PSOL) tomou uma forte decisão na última semana da campanha e anunciou, em "Carta ao Povo de São Paulo", na manhã desta segunda-feira (21) que governar, caso seja eleito, com "gabinete na rua" e pediu para que a militância trabalhe 24 horas para virar voto.
"Eu tomei uma decisão, hoje de manhã saindo de casa, em Campo Limpo, arrumei minha mochila e a partir desse momento só vou voltar para casa no fim dessa semana. Vou rodar essa cidade trabalhando, conversando com com pessoas de cada área, vou dormir na casa dessas pessoas, vou dialogar, vou virar voto 24 horas por dia, daqui até a hora que abrirem as urnas", anunciou, revelando que vai começar o dia na Zona Norte e dormirá na Brasilândia.
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Segundo Boulos, a iniciativa na reta final da campanha "representa uma iniciativa de confiança profunda na virada que vamos fazer nessa cidade".
Carta ao povo de SP
Em uma iniciativa semelhante a que foi feita por Lula em 2002, quando divulgou uma Carta ao Povo Brasileiro diante dos ataques da mídia - que tentavam colar nele a pecha de "radical".
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"Ter uma cidade mais humana, em que a solidariedade não seja destruída pela indiferença, é o que eu acredito e quero fazer. Sei que muitos de vocês compartilham desse sonho, mas têm dúvidas e receios. Muitos ficam assustados com a minha trajetória no movimento social. Outros se questionam sobre se conseguiremos dar conta ou se vamos dialogar com quem tem visões diferentes. E, por isso, ficam receosos de apostar na mudança que representamos, mesmo sabendo que a cidade não está boa. Peço aqui um voto de confiança a vocês. Eu me preparei para governar nossa cidade: estudei cada área, cada contrato e cada solução",
No texto, Boulos ainda assume o compromisso de governar com o "gabinete na rua".
"O compromisso que eu assumo com vocês não é apenas de fazer melhor, é de fazer diferente. Eu vou fazer meu Gabinete na Rua, indo todos os dias escutar você no seu bairro e construir junto as soluções. Vou fazer valer a participação como forma de governo, porque acredito que uma política feita desse jeito, sem portas fechadas, pode renovar a esperança de muita gente. Por isso, faço aqui um pedido a vocês: não desistam da mudança. Desistir dela é desistir do futuro, de deixar um legado da nossa geração para as que virão", diz.
Na carta, lida em frente à Prefeitura de São Paulo, o candidato do PSOL afirma ainda mesmo em situação desafiadora nas pesquisas, "jamais desistirei desse caminho".
"Acredito que é possível ganhar essa eleição dialogando olho no olho com as pessoas. Defendendo que os sem-teto tenham casa, que os invisíveis tenham voz, que todos os trabalhadores tenham oportunidades. Que as periferias sejam tratadas com respeito e não com preconceito e violência. É isso que nos move. E peço a todos que se movem por esses mesmos valores que saiam às ruas para virar votos nessa reta final. A verdade pode, sim, vencer a mentira. A esperança pode, sim, vencer o medo", concluiu, lembrando um outro refrão que se popularizou na campanha de Lula em 2002.
Veja o vídeo e leia a Carta ao Povo Paulistano