Uma aluna do curso de Direito do Insper foi expulsa após ser acusada de injúria racial contra uma colega. De acordo com testemunhas, a estudante teria utilizado o termo "macaca" durante uma discussão. No entanto, apesar da expulsão, a aluna conseguiu uma liminar judicial, que lhe permitiu voltar a frequentar as aulas temporariamente.
O Insper, ao ser questionado pela reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, confirmou o ocorrido, mas não forneceu detalhes sobre o caso. A instituição afirmou que a investigação seguiu rigorosamente os procedimentos internos, de modo a garantir a integridade e a dignidade de todos os envolvidos.
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Em nota, a universidade também declarou não tolerar “qualquer forma de preconceito e considera inaceitáveis condutas que contrariem seus valores e os direitos humanos”.
No entanto, semanas após sua expulsão, a estudante conseguiu uma liminar na Justiça que lhe permitiu voltar a frequentar as aulas, algo confirmado por alunos da instituição. O Insper, por sua vez, informou que o processo tramita em segredo de Justiça, impossibilitando a divulgação de mais detalhes.
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Revolta
A situação gerou revolta entre os alunos, especialmente entre os negros, que expressaram receio de comentar o caso publicamente, temendo possíveis retaliações.
Após a divulgação do caso, alguns alunos iniciaram uma campanha interna com o slogan "Não existe espaço para racismo no Insper", reforçando o posicionamento contrário à discriminação racial dentro da universidade.
Os estudantes negros e pardos são uma minoria no Insper, inclusive entre os bolsistas. De acordo com dados de 2023, apenas 119 dos 340 alunos contemplados com descontos na mensalidade – que supera os R$ 7 mil – se autodeclaravam pretos ou pardos, o equivalente a 35%.
Leia íntegra da nota do Insper
O Insper informa que concluiu um processo administrativo relacionado a um caso recente de discriminação entre estudantes, conduzido em duas instâncias por órgãos colegiados da instituição, resultando no encerramento do vínculo acadêmico de uma das partes. O caso seguiu rigorosamente os ritos internos e foi tratado com a máxima celeridade e seriedade, de forma a garantir a dignidade e a preservação de todos os envolvidos.
Como uma instituição que não tolera qualquer forma de preconceito, o Insper considera inaceitáveis condutas que contrariem seus valores e os direitos humanos. Reitera o compromisso com a promoção de um ambiente seguro, respeitoso e inclusivo, enfatizando a importância de práticas antiassédio em seu cotidiano.
Diversas ações estão em andamento, entre elas treinamentos destinados à divulgação da política antiassédio e discriminação para todos os membros da comunidade Insper. Essas iniciativas, assim como outras voltadas para a promoção da diversidade, equidade e inclusão, são fundamentais no planejamento estratégico da escola.
O Insper está continuamente comprometido em criar um ambiente em que todos se sintam valorizados e respeitados. Por isso, conta com uma Área de Diversidade, Equidade e Inclusão, um marco significativo em seu compromisso contínuo com a promoção de um ambiente cada vez mais inclusivo e diverso. Possui também um Programa de Bolsas a alunos de baixa renda que atende a 10% dos alunos da graduação.
Com informações de Folha de S. Paulo.