PURO ÓDIO

Quem é o jovem preso por manter ‘escravas sexuais virtuais’ e planejar massacre

O homem de 18 anos tinha posse de vídeos de abuso sexual e de três armas de fogo que eram do seu pai, um bombeiro militar do Distrito Federal

Momento em que o jovem foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal.Créditos: Reprodução
Escrito en BRASIL el

Um jovem de 18 anos foi preso nesta quarta-feira (23) no Distrito Federal pela divulgação de vídeos e fotos de abuso sexual infanto juvenil. Ao chegarem em sua casa, os agentes da Delegacia Especial de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) encontraram três armas de fogos, pertencentes ao pai do jovem, que é bombeiro militar, e com as quais o autor planejava realizar um massacre em escola.

De acordo com as investigações, o suspeito mantinha pelo menos 15 ‘escravas sexuais digitais’, que tinham entre 15 e 17 anos. As vítimas eram obrigadas a tratá-lo como “mestre” e a gravarem vídeos pornográficos e de automutilação. Tal prática é enquadrada como ‘estupro virtual’.

“Ele confessou tudo. Identificamos as 15 vítimas mas ainda não é possível precisar o total. Essa é só a ponta do iceberg”, afirmou o delegado Tell Marzal, da DRCC.

 

Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em http://benfeitoria.com/apoieAto18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.

Entre os conteúdos que as vítimas eram obrigadas a produzir, constava escrever palavras ditadas pelo autor no próprio corpo com navalhas. De acordo com os policiais, o jovem também tentava induzir as vítimas ao suicídio.

“Ele abordava temas como depressão e autoajuda. Com isso, conseguia unir pessoas com esse quadro [da doença] e passava a persuadi-las. Quando ganhava a confiança, pedia nudes. Depois que recebia, a vítima se começava a ser escravizada sexualmente”, detalhou o delegado.

 

O nome do jovem não foi revelado, mas algumas informações a seu respeito estão na imprensa. Além de ser filho de um bombeiro militar, o autor dos crimes também é aluno do Instituto Federal de Brasília (IFB). Era lá que ele pretendia usar as armas do pai para promover um massacre.

A Polícia Civil chegou a essa informação durante as investigações, quando constatou que o material criminoso, com as imagens de abusos sexuais, foram divulgadas a partir da rede do IFB.

“A família dele não tinha conhecimento de nada. Disseram que ele era uma pessoa introspectiva e que ficava muito tempo no quarto, usando a internet”, completou o delegado do caso que agora terá o material recolhido na operação que prendeu o jovem analisado pela perícia.

O IFB enviou uma nota pública à imprensa dizendo que se mantém em constante alerta sobre as atividades desenvolvidas na rede digital da instituição e que já havia notificado a polícia a respeito de suspeitas do seu uso para a difusão do conteúdo criminoso.

“Reafirmamos nosso compromisso em combater veementemente qualquer forma de violência. Por meio da educação, da conscientização e da colaboração com as autoridades competentes, estamos empenhados em colaborar para a construção de uma sociedade segura e inclusiva para todos os cidadãos”, finaliza o comunicado.

 

Caso seja denunciado e condenado, o jovem pode ficar até 17 anos preso. Sua defesa declarou para a imprensa que só se manifestará na Justiça.