O aplicativo Discord voltou às manchetes policiais nos últimos dias após criminosos terem usado a plataforma para abusar violentamente de menores de idade, chantageando garotas, cometendo abusos sexuais, agressões e mutilações. Popular entre adolescentes e jovens, a plataforma já tinha ido parar nos jornais por envolver jovens em um submundo de violência extrema.
Em uma matéria produzida pela Revista Fórum em abril deste ano, é possível compreender como o Discord também serviu para motivar ataques a escolas, através de redes onde são compartilhados conteúdos misóginos, racistas, antissemitas, pedófilos, suicidas e neonazistas.
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Até o momento foram presas cinco pessoas acusadas de se envolverem nos crimes contra menores. Território sem lei, criminosos viram no aplicativo a oportunidade de manipular adolescentes. Durante a investigação da Polícia Federal, foi identificado um criminoso que continha diversos aparelhos de armazenamento.
Eles encontraram uma coleção absurda , chamada "backup das vagabundas estupráveis", onde haviam pastas com os nomes das vítimas e dezenas de meninas violadas.
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O que é o Discord?
O Discord foi criado em 2015 e é uma plataforma/aplicativo de comunicação on-line que possibilita que os usuários conversem entre si por meio de mensagens de texto, voz e vídeo gratuitamente.
Embora seja conhecido entre o público gamer, o Discord também é usado por crianças e jovens para participar de comunidades e se comunicar com amigos, tendo o recurso da transmissão ao vivo.
A partir do momento que a criança ou o adolescente participa da videochamada, a vítima passa a ser chantageada a cumprir desafios. Caso ela não aceite, suas fotos íntimas são vazadas.
O que diz o Discord
O Ministério Público está investigando também a própria plataforma, além da responsabilização dos agressores. O promotor de Justiça de São Paulo, Danilo Orlando, afirma: “nós estamos apurando, através de um inquérito civil, a falta de segurança da plataforma Discord. Crimes individuais sempre vão ocorrer na internet. O que diferencia é a detecção de que nessa plataforma está ocorrendo um discurso estruturado de ódio. Um local propício para que eles planejem ataques às vítimas e, principalmente, transmitam o conteúdo do crime”.
Segundo o porta-voz do Discord, o aplicativo “não tolera comportamento odioso”. E em entrevista ao Fantástico, diz: “nós somos um produto gratuito para mais de 150 milhões de usuários ao redor do mundo, e de tempos em tempos, conteúdo mau e comportamento mau vão acontecer. Nós trabalhamos ativamente para remover esse conteúdo”.
*Com informações do Fantástico, da Globo