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Um dos maiores milicianos do Rio é solto por “erro” na comunicação entre Seap e Justiça

História ridícula foi a justificativa apresentada para libertação de Peterson Luiz de Almeida, pertencente à quadrilha envolvida nos ataques que queimaram 35 ônibus

Peterson Luiz de Almeida, o “Pet”, liberado pela Seap.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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Uma “confusão” muito mal explicada até agora permitiu que um dos mais perigosos milicianos do Rio de Janeiro fosse solto da unidade prisional José Frederico Marques, que fica em Benfica, na Zona Norte da capital fluminense. Peterson Luiz de Almeida, conhecido como “Pet” ou “Flamengo”, é integrante da milícia chefiada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que na última semana instaurou um verdadeiro terror no segundo maior município do Brasil ao ordenar ataques que culminaram com 35 ônibus e um trem queimados, além de um caos total nas vias públicas da Cidade Maravilhosa, em represália ao assassinato de seu sobrinho, também miliciano, vulgo Faustão, pela Polícia Civil.

“Pet” estava preso desde 30 de agosto, quando foi abordado pela polícia na via Dutra, na altura de Paracambi, na Região Metropolitana do Rio. Ele é réu pelos crimes de formação de milícia privada e comércio ilegal de armas, que no caso de condenações podem sentenciá-los a mais de 20 anos de cadeia. Desde a prisão o criminoso aguardava julgamento no presídio José Frederico Marques.

No domingo (29), a prisão temporária do acusado terminaria, mas a Justiça do Rio já tinha a convertido em preventiva, ou seja, sem limite para expirar. No entanto, a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap) afirma que não recebeu o e-mail comunicando a mudança de status do preso, o que faz crer que ele deveria ser colocado em liberdade, por questões legais, assim que o prazo acabasse. De acordo com a própria Seap, a Justiça fluminense teria enviado a mensagem comunicando a conversão da prisão temporária em preventiva para um endereço eletrônico que está desativado há mais de cinco anos.

A Seap diz ainda que no dia 25, próximo de vencer a prisão temporária de “Pet”, mandou um alerta ao Judiciário para avisar da aproximação da data, mas que não teria recebido retorno. Na noite do dia 29 deste mês, o órgão diz que havia um “nada consta” no sistema da Polícia Civil, o que caracterizaria a necessidade, de fato, de liberar o detento. Diante do que se sugere ser uma trapalhada, embora a hipótese de uma ação deliberada ter ocorrido não esteja descartada, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deu prazo de 48 horas para que a Secretaria de Administração Penitenciária estadual explique o que de fato ocorreu para que o miliciano fosse colocado em liberdade.

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