O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador-geral do Grupo Prerrogativas, quer que o ex-procurador federal Deltan Dallagnol, que atuou nos processos da Operação Lava Jato que correram na 13ª Vara Federal de Curitiba, à época comandada pelo então juiz federal Sergio Moro, explique a origem das doações feitas a ele para pagar uma multa de R$ 75 mil imposta pelo STJ na condenação do antigo integrante do MPF na ação movida pelo ex-presidente Lula relacionada ao caso do ridículo Power Point que incriminava o líder petista.
A gorda vaquinha, segundo o próprio Dallagnol, teria passado de R$ 500 mil. Ele apenas agradeceu aos doadores, com o habitual discurso moralista e religioso, sem mencionar a origem da cifra, e ainda disse que “se” conseguir reverter a decisão do STJ que o condenou, doará todo o dinheiro para hospitais que tratam câncer infantil e para o tratamento de crianças autistas. Mas, e se não reverter? Dallagnol pagará os R$ 75 mil e embolsará os restantes R$ 425 mil?
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“É importante falar sobre isso. Se Dallagnol e aqueles que integraram a tal ‘República de Curitiba’ fossem coerentes, aplicariam a mesma métrica que aplicaram a todos os cidadãos que foram investigados por eles na 13ª Vara Federal de Curitiba. Essas operações financeiras, essas doações, seriam objeto de um inquérito, para ser apurada então a natureza dessas doações e o destino que está sendo dado a cada uma delas”, disse Carvalho.
Para o coordenador-geral do Prerrô, o valor estipulado como indenização na condenação de Dallagnol é insignificante se comparado aos prejuízos e injustiças impostos ao ex-presidente Lula, que passou mais de um ano detido na Superintendência da Polícia Federal da capital paranaense.
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“A consequência natural dessa arrecadação é que se aumente a indenização. O prejuízo sofrido pelo presidente Lula e por sua família é absolutamente irreparável. Ninguém conseguirá restituir a ele uma hora sequer de cada um dos 580 dias em que ele foi privado indevida e criminosamente da sua liberdade. Essa indenização de R$ 75 mil é muito tímida. Visto isso, repito, a consequência natural dessa arrecadação é que ela aumente a indenização e, mesmo que ela chegue no limite, jamais será suficiente para reparar o dano que foi causado a Lula e à família dele”, explicou o advogado.
Carvalho lembrou ainda das implicações políticas e históricas em decorrência do caso, que mudou o percurso político do país, tudo por conta dos desmandos da Lava Jato.
“Sem falar no aspecto político, porque nós brasileiros fomos privados do direito de votar em Lula para presidente em 2018. O erro foi cometido contra o ex-presidente Lula, contra a família dele, contra a ordem constitucional e aos sistema democrático vigentes, causando um impacto direto nas eleições, ao retirá-lo do último pleito, mudando os rumos políticos do Brasil”, concluiu o advogado.