Um caso entre muitos outros. A diferença foi a reação imediata da empresa. Assim que a direção das Lojas Renner tomou conhecimento de um caso de racismo sofrido por uma cliente negra em sua loja no Shopping Madureira, no Rio de Janeiro (RJ), tomou a única atitude possível: repudiou o caso, o considerando “inaceitável”, demitiu a funcionária e se colocou à disposição da cliente para dar todo o apoio.
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Parece simples, mas não é. Casos semelhantes ou até piores, envolvendo mortes, se arrastam por anos em tribunais, com os responsáveis na defensiva, tentando contemporizar o ocorrido.
Carta pela democracia
Vale lembrar que o CEO anterior da Renner, José Galló, que esteve à frente da rede por 20 anos, foi um dos empresários que assinou a carta pela democracia, manifesto criado por ex-alunos de direito da USP em agosto, que faz a defesa do estado democrático de direito contra as ameaças golpistas de Jair Bolsonaro. Atualmente, a Renner é comandada por Fábio Faccio.
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Por conta de sua assinatura, Galló foi alvo de ataques bolsonaristas, que prometeram boicote às lojas.
Relembre o caso de racismo
De acordo com relatos de uma prima que acompanhou o caso, uma moça negra estava no provador, quando uma funcionária entrou de repente e exigiu que ela mandasse tirar da bolsa tudo o que ela “pegou da loja”.
A moça afirmou que o casaco que estava em sua bolsa era da Redley e não da Renner. Mesmo diante da explicação, a funcionário prosseguiu com as acusações e, só ao comprovar o erro, ao ver a etiqueta, afirmou “que só tinha ido falar com ela pra entregar o cartão (que corresponde ao número de peças)”.
A reação da Renner
A assessoria de comunicação das Lojas Renner afirmou à Fórum que considera "inaceitável" o episódio e que, por conta disso, a funcionária não faz mais parte dos colaboradores da rede. Veja abaixo a nota da empresa na integra:
Comunicado Lojas Renner
O episódio ocorrido no Madureira Shopping é inaceitável. A abordagem realizada foi totalmente inadequada e não está alinhada aos valores da Lojas Renner, por isso a colaboradora responsável já não faz mais parte do quadro de colaboradores da companhia. Nos sensibilizamos, lamentamos profundamente o ocorrido e daremos apoio à cliente, nos colocando à sua disposição.
A empresa não tolera racismo ou qualquer tipo de preconceito e discriminação. Reforçamos que temos uma política de Direitos Humanos, além de um Código de Conduta e um programa de diversidade que buscam promover a inclusão, o que passa pela sensibilização e capacitação constante das nossas equipes.
Continuaremos empenhados em avançar na conscientização de nossos times e no aprimoramento de nossos processos, reforçando os treinamentos e com atuação imediata na loja em questão, com o objetivo de garantir que o respeito e a equidade sejam aplicados em todas as nossas relações.