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Damares censura e obriga facebook a identificar criador de página com críticas a ela

Condenada por fake news contra Lula, candidata de Bolsonaro ao Senado acusa de fake news página do instagram que divulga vídeos dela mesma dizendo barbaridades

Foto: reprodução
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Uma página no instagram com críticas à ex-ministra e atual candidata ao Senado pelo Distrito Federal Damares Alves foi retirada do ar pela Justiça Eleitoral sob a acusação de "propaganda irregular" e "fake news". Damares, que já foi condenada por disseminar fake news contra Lula, conseguiu ainda na Justiça que o facebook fornecesse ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) a identidade do criador da página "Brasília sem Damares".

O proprietário do perfil, que disse ao Socialista Morena temer se identificar, contesta a decisão e diz que não há fake news no página, apenas repercussão de notícias e vídeos da própria Damares, como aquele onde ela defende que a princesa do desenho animado Frozen é "lésbica". "Eu tenho medo de me identificar", diz. "Criei a conta no instagram para mostrar às pessoas o risco que é para o DF ter Damares como senadora por 8 anos. Eu somente repercutia matérias da imprensa e os clássicos vídeos de Damares propagando LGBTfobia."

“Criei a conta no instagram para mostrar às pessoas o risco que é para o DF ter Damares como senadora por 8 anos. Euomente repercutia matérias da imprensa e os clássicos vídeos de Damares propagando LGBTfobia", diz o criador do perfil "Brasília sem Damares"

"Damares Alves fala coisas do tipo 'Bob Esponja é gay', 'a princesa Aurora de Frozen é lésbica', recentemente foi condenada por produzir notícias falsas sobre Lula. O conceito de fake news dela é distorcido", continua o criador da página. "Minha página apenas repercutia matérias e vídeos amplamente divulgados pela grande mídia. A própria representação dela possui acusações falsas, pois ela disse que escrevi coisas que não estão nos posts."

De fato, os prints da página antes de ser tirada do ar mostram material de origem jornalística e não fake news. O canal foi restrito no Brasil, mas continua a poder ser acessado a partir de outros países.

Prints da página antes da censura

Na representação ao facebook, Damares reclama, por exemplo, de uma postagem intitulada "As mutretas de Damares", que na verdade é o título de uma matéria feita pela revista IstoÉ em novembro do ano passado. A reportagem denuncia, entre outras coisas, que a então ministra deu carona à primeira-dama Michelle Bolsonaro e a 6 parentes dela no avião da FAB em uma viagem oficial de Brasília a São Paulo.

Não deixa de ser irônico que Damares, mentirosa contumaz, acuse alguém de fake news. Pioneira em divulgar a mentira do kit gay, Damares foi multada pelo TSE nesta eleição por disseminar fake news dizendo que o PT incentiva adolescentes a fumar crack

O criador da página diz que, se Damares fizer representação contra ele, irá recorrer da decisão. "O facebook foi o representado a me identificar, então assim que identificado, eles devem me representar. O advogado que está me auxiliando acredita que somente a simples exclusão dos conteúdos já encerrará a ação, mas pode ser que a campanha dela queira um novo processo, esse sim direcionado a mim", explica. "Minha maior preocupação é com a minha segurança, com o que damares deverá fazer ao me identificar. Os seguidores dela são violentos, perigosos."

Não deixa de ser irônico que Damares Alves, mentirosa contumaz, acuse alguém de fake news. Pioneira em divulgar a mentira do kit gay, Damares foi multada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta eleição por disseminar fake news contra Lula, dizendo que o PT distribuiu uma cartilha incentivando adolescentes a fumar crack. O ministro do TSE Paulo de Tarso Sansaverino disse que as publicações da ex-ministra bolsonarista traziam informação falsa e configuram propaganda eleitoral antecipada e enganosa. Ela foi obrigada a retirar as postagens do ar e levou multa de 5 mil reais.