Vegetti e Zubeldia amam o futebol, Neymar apenas usa o futebol
O treinador do São Paulo e o artilheiro do Vasco possuem a chama que parece ter se apagado para o menino gênio, nem tão menino assim
Imaginem que o gênio da lâmpada tenha atendido o simples pedido de três garotos: quero viver de futebol. E tenha dado a cada um, instrumentos diferentes para cumprir o pedido.
Luis Zubeldia é um treinador de poucas luzes. Pablo Vegetti é um centroavante de pouca técnica. E Neymar é um gênio.
E como cada um administra o seu presente do gênio?
Luis Zubeldia é um trabalhador dedicado. Vive o jogo a mil. Sua dedicação é tanta que extrapola o bom senso. Em 72 jogos pelo São Paulo, tem 34 cartões amarelos e três vermelhos. Está suspenso dos dois próximos jogos do Brasileiro. E vai continuar comemorando gols de maneira insana, invadindo o campo, abraçando quem estiver pela frente. Ama o que faz.
Vegetti corre o tempo todo. Tenta pelo alto, tenta por baixo. Dá carrinho para recuperar bola perdida. É capitão e trata seus comandados com carinho. Na disputa por pênaltis contra o Operário, incentivava cada cobrador. Abraços antes de cada caminhada até a cobrança. Pedia aplauso da torcida. E acolhia os que erravam. Ah, foi o primeiro a cobrar. Ama o que faz.
E Neymar? O futebol parece ser apenas um empreendimento. Contundido, prefere ir à final de uma tal Kings League incentivar o seu time - Furya - do que ir à Itaquera dizer algumas palavras a seus companheiros de time que lutam contra a degola.
Foi onde haveria mais visibilidade para seu novo penteado, que já não esconde uma testa proeminente. Foi ver sua propriedade e não o seu clube de infância, que em breve pode ser sua propriedade também.
É triste que o mais talentoso - infinitamente mais - seja quem goste menos do futebol. Talvez por isso, seja o menos amado.