PONTA FIXO

Dorival é mais um a colocar uma camisa de força em Vinícius Jr

Principal atacante brasileiro não tem na seleção, desde os tempos de Tite, a mesma liberdade que desfruta no Real Madrid

Vinícius Jr brilha no Real e é opaco na seleção.Créditos: Reprodução Twitter Vini Jr
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Nas quartas de final da Copa do Catar, em 2022, Tite substituiu Vinícius Jr, que estava jogando mal. O Brasil empatou com a Croácia e depois foi eliminado nos pênaltis.

Na estreia da Copa América dos EUA, em 2024, Dorival substituiu Vinícius Jr, que estava jogando mal. O Brasil empatou por zero a zero.

No Real Madrid, de Carlo Ancelotti, Vinícius Jr raramente é substituído e o clube raramente perde um título. A taça da Liga dos Campeões, se soubesse andar, não precisaria de GPS para chegar até a sede do clube.

A diferença de rendimento está ligado ao posicionamento do jogador em campo. No Real, ele se posiciona originariamente na ponta esquerda e dali se dirige para o meio. Faz uma parceria muito produtiva com Rodrygo.

Na seleção, ele começa e termina na ponta esquerda. Suas pernas são engessadas, ou como alguns seguidores de Bolsonaro, tem uma tornozeleira eletrônica que delimita seus movimentos. Fica esperando uma bola invertida para o 1 x 1. O único movimento conjunto com Rodrygo, a única hora em que ficam próximos é  na entrada em campo. E na saída, claro.

A seleção, como muitos clubes, está refém de um esquema - o 4-2-3-1 - que vai contra princípios que sempre foram base do futebol brasileiro. Com dois pontas espetados, primeiro Raphinha e Vinícius e depois Savinho e Rodrigo - os laterais ficam presos, não há ultrapassagem, não há 1-2 com os pontas.

E há problemas técnicos também.

Vocês já viram um meio campo brasileiro tão carente na criação, como o atual, com João Gomes, Bruno Guimarães e Paquetá? Talvez Casemiro, Fred e Paquetá.

A crise é técnica e tática.