O ego de Júlio Casares, presidente do São Paulo, só é menor que sua aversão a uma entrevista coletiva em que possa ser questionado realmente. A última foi em maio de 2021.
Prefere fotos no Instagram. Uma das últimas é segurando a taca de vice-campeã do Carnaval, conquistas pela Dragões da Real. Não é presidente da escola, não é mestre sala, nada. Mas está lá com a taça. Estranha ligação.
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Alguns jornalistas descobriram uma brecha para ter um contato com Casares. O presidente avisou que participaria de uma edição do Passaporte FC, visita monitorada ao estádio do Morumbi e que conversaria com os participantes dispostos a pagar R$ 158 pela atração.
Pouco tempo depois, os jornalistas ficaram sabendo que o "Encontro com Campeões Presidente Júlio Casares" havia sido retirado do carrinho de compras porque não seria mais realizado.
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Outros ligaram e foram informados que as vendas estavam paralisadas e que em breve haveria novidades sobre o que fazer.
Vamos esperar que não seja uma fuga.
A aversão a coletivas afronta uma das promessas de campanha: transparência. E demonstra uma obsessão pelo controle da narrativa. Jornalista não podem ver treinos, não sabem se jogadores estão contundidos, não conseguem informar quem está treinando bem ou não.
O caso James Rodriguez é um exemplo. O que se passa é que o jogador se arrependeu de não ter ido a Belo Horizonte ver a final da Supercopa e que teria pedido intercessão de Rafinha para se desculpar. Na verdade, o fato de ninguém querer contratá-lo foi preponderante para que ficasse.
A teoria de que o clube tem condições de gerar conteúdo informativo é errada. Esse tipo de conteúdo, na verdade, dó mostra o que interessa e impede o trabalho de quem pode mostrar uma visão diferente.
Mas, como disse o poeta, Narciso acha feio o que não é espelho.