TÁ ERRADO

Os dez pecados capitais do São Paulo de Carpini

Desde a mudança rápida de estilo de jogo à falta de talento, o time se enrola em erros que se traduzem em rendimento fraco

Carpini está mudando o estilo do São Paulo.Créditos: Reprodução Twitter São Paulo
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O São Paulo pouco fez para merecer o empate contra o Bragantino, mas teve a vitória nas mãos, com os gols de Erick e Calleri, aos 43 e 48 minutos e, três minutos depois, viu a felicidade fugir com o gol de Laquintana. O primeiro do jogo, aos sete do primeiro tempo, foi de Tiago Borbas, revelação uruguaia.

Foi o único ponto ganho nos três últimos jogos, um aproveitamento de 11%. E é possível apontar uma série de erros que causam rendimento tão fraco. São motivos que se entrelaçam e enredam o time em uma situação ruim.

1) MUITA SEDE AO POTE - O São Paulo jogava, desde Diniz, passando por Crespo, Ceni e Dorival, muito pelo meio, com tabelas. Tinha paciência para que uma chance surgisse. Criticava-se, com razão, a falta de jogadas pelos lados. Carpini resolveu mudar de forma abrupta. E tome jogadas pelos lados, chutões para se conseguir a segunda bola. Para dar certo, precisa tempo e que Erick ou Ferreirinha estejam muito bem, o que ainda não é o caso.

2) LOSANGO ADIADO - Carpini quer jogar no 4-3-1-2, com um volante fixo (Pablo Maia) e dois "área-área", com Alisson e Bobadilla. Mas, como não tem lateral - todos estão contundidos - deslocou Bobadilla para a direita e abriu mão do esquema sonhado. Melhor seria colocar um zagueiro como Alan Franco ou Diego Costa por ali e trazer Bobadilla para o meio, vendo se a promissora formação (no papel) pode dar certo no campo.

3) FALTA DE PLANEJAMENTO - O São Paulo, contra o Bragantino, não pôde escalar Rafinha, Igor Vinícius e Moreira, todos machucados. E o Bragantino tem Nathan, que comprou do São Paulo há tempos. Ah, quem iria prever que os três se machucariam ao mesmo tempo. Quem deveria prever são os responsáveis, desde o departamento de fisiologia ao treinador, passando pelos responsáveis pela formação de elenco. Pelo retrospecto dos três, era uma possibilidade sim e que não foi levava em conta.

4) ZAGUEIROS REBATEDORES - Carpini optou por jogar com Arboleda e Diego Costa, abrindo mão de construção de jogadas desde a defesa, como era comum ver com Beraldo. Ferraresi e Alan Franco fazem a função melhor que os escalados.

5) LUCIANO E AS LINHAS - Luciano é um bom jogador, faz 15 gols por ano, mas não é um meia talentoso. Está muito mais para segundo atacante. Com três volantes, é preciso um articulador de alto nível. Poderia ser James, deveria ser James, mas ele e a diretoria se desentenderam e o colombiano é passado. Pode ser Lucas, mais no ímpeto e drible do que no passe, na escolha de ritmo, no passe perfeito.

6) SEM CONSTRUÇÃO - O São Paulo não tem zagueiros que iniciem as jogadas, não tem dupla de volantes que arme jogadas, não tem um meia talentoso, então abusa de jogo aéreo.

7) CALLERI É  UM ILHA - Com tudo o que se viu nos itens anteriores, vemos Calleri isolado, brigando pelo alto com zagueiros, tentando pressionar zagueiros, saindo da área para marcar lateral, esperando um cruzamento da direita ou esquerda. Não se sabe o que virá primeiro: um gol ou uma nova contusão.

8) REFORÇOS NÃO CORRESPONDEM - Havia uma expectativa muito grande pelo que poderiam render os reforços caseiros, jogadores que já estavam lá, mas que, por contusão ou não, foram mal no ano passado. Igor Vinícius, Galoppo e Nikão estão inconstantes. Ferraresi não tem chances. Luan não foi inscrito.

9) FALTA GENTE NO ELENCO - Calleri e Wellington estão jogando muitas partidas seguidas. Descansaram menos que o goleiro Rafael. Juan e Patryck não são garantia de bom relevo, o que pode ocasionar contusões nos titulares.

10) FALTA TALENTO - Tudo pode melhorar com as voltas de Lucas, Nestor e Rato, mas o trabalho vai ser duro. E o principal pecado continua, vem desde o ano passado, mesmo com o título conquistado. O time tem muito mais suor que inspiração. Carpini vai ter de rebolar, rebolar, rebolar