Crime

Alef Manga e a canonização do contraventor

Jogador volta após cumprir pena de um ano por manipulação de resultados e quatro minutos depois volta a marcar. Bonito, mas não deixa de ser um contraventor

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Meu nome é Luís Augusto Símon, mas pode chamar de Menon. Sou jornalista há 38 anos e antes eu sonhava em ser jornalista.
Alef Manga e a canonização do contraventor
Alef Manga marcou o terceiro gol do Coritiba. Reprodução Instagram Coritiba

Alef Manga voltou ao futebol depois de 360 dias sem jogar. Entrou aos 34 minutos do segundo tempo e, aos 39, marcou o terceiro gol da vitória do Coritiba sobre o Manaus. Foi emocionante a comemoração com os companheiros, com direito a lágrimas e abraços.

Absolute cinema.

Seria uma linda história de ele estivesse afastado por uma contusão grave.

Não é uma linda história quando o motivo da ausência é participação em esquema de apostas. Confessou haver levado cartão amarelo de forma proposital.

Pagou a pena, tudo bem. Mas só mesmo um clube e uma torcida carentes podem perdoar o crime lesa futebol praticado. 

Quem aceita um jogador com tal passado, não pode reclamar do futuro. 

A imprensa tem culpa também. Adora uma história de vida, uma segunda chance. Adora relativizar gente como Deyverson, por exemplo. O cara cospe em adversário, finge contusão repetidas vezes e é tratado como "maluquinho".

Ou como Paquetá, que vai acabar sendo punido na Inglaterra por crime similar ao de Alef Manga, muito menos famoso, e vai ser endeusado por aqui, caso encontre uma brecha para jogar.

Tomara que Alef Manga se regenere e trilhe o caminho da honestidade. Merece ganhar a vida. Não merece clichês sobre volta por cima. 

 

 

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