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Arbitragem brasileira é péssima; Wilton foi da Copa para a geladeira

Não existe padronização e os erros se acumulam a cada rodada e até um dos indicados para apitar no Mundial do Catar foi suspenso

Pênalti duvidoso de Michel Araújo em Marinho.Créditos: Twitter/Reprodução
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Joguei futebol muitos anos. Na rua de casa, que era de terra. Muitos amigos, alguns se tornaram craques em Aguaí, nossa cidade. Outros, os horríveis como eu, nunca chegaram a jogar no Estádio Municipal dr Leonardo Guaranha, ponto máximo da carreira daqueles anos 60. Os jogos corriam soltos, por horas e nunca teve problema de arbitragem. Lógico, não tinha árbitros.

Havia padronização, algumas regras que todos seguiam. Dois num, por exemplo. Quem estava com a bola não podia receber contato físico de dois ou mais jogadores, o que caracterizava falta. Prensada é da defesa. Todo mundo sabia, todo mundo obedecia. Apelou, perdeu. Quem exagerasse no contato físico e reclamasse, era punido com falta.

A arbitragem brasileira devia seguir nossas regras. Deveria ter padronização. 

Wilton Pereira Sampaio foi um dos dois árbitros brasileiros designados para a Copa do Catar. O outro foi Raphael Clauss. Na teoria - talvez na prática também - os dois melhores. Pois lá foi o Sampaio para a geladeira. No jogo Corinthians x Grêmio, 4 x 4, não apitou um pênalti de Yuri Alberto no último lance do jogo. Foi convencido pelo VAR. E, no VAR, estava Emerson de Almeida Ferreira, que havia sido suspenso no ano passado por fazer besteira em um São Paulo x Palmeiras.

É possível até discutir se foi pênalti ou não, se houve intenção ou não, se o arco do braço estava aberto ou não, mas a verdade é que a maioria dos árbitros apitaria. Outros, não. Aí está o erro. É preciso uma padronização. Todos devem entender da mesma maneira o mesmo tipo de lance.

No São Paulo x Fortaleza de quarta-feira, dia 20, o árbitro Yuri Elino Ferreira da Cruz apitou pênalti de Michel Araújo em Marinho. Houve um toque e Marinha desmonta, como um castelo de cartas. Yuri viu pênalti. Muitos outros não veriam. Ele, mesmo, em um próximo jogo, em um lance parecido, talvez tenha outro entendimento.

Não pode ser assim. Os árbitros precisam de uma reciclagem total que leve à uma padronização que não cause dúvidas e prejuízos. Se não melhorarem, o jeito é colocar em prática as regras de qualquer pelada que dispensa árbitros e que termina em paz e uma cervejinha.