Quero muito que vocês ouçam Carmen Felipe ontem no Fórum Sindical - assista ao fim do texto.
Sabemos que a cidadania não chega nas periferias, nas franjas do Brasil profundo.
A mesma Justiça que não chega nas periferias estava ontem na Sanfran com sua fala empolada em defesa da democracia. O mesmo Miguel Reale Jr, autor do documento de golpe contra Dilma, estava lá.
Os empresários e banqueiros, que escreveram a deforma trabalhista dos computadores da Febraban, estavam lá.
Nenhum deles é Lula, eles querem um Bolsonaro de sapatênis, camisa lacoste e que não arrote na mesa. Eles não querem Justiça social e eles precisam dos trabalhadores para derrotar o escroque que eles elegeram.
O que a Globo fez em 2015 pró-golpe, fez ontem para celebrar o 11 de agosto e a leitura da carta. Trechos inteiros foram lidos, mais da metade do JN foi sobre a carta. Todo o formato do jornalismo global foi transformado. A Globo assinou a carta, como assinou o golpe.
Voltemos para esses sujeitos que precisam da classe trabalhadora para derrotar o fascismo, o sujeito que arrota na mesa.
Agora leiam o capital desnudo na entrevista do ex- presidente da Porto Seguro, ex-eleitor de Bolsonaro.
O sujeito pede mea culpa de Lula (do quê?) de ter combatido a fome? De ter valorizado o salário mínimo, de ter gerado 20 milhões de empregos, de ter construido 400 escolas técnicas e ampliado imensamente o acesso dos mais pobres à universidade? De ter construído mais de 20 plataformas, descoberto o pré sal, transformado a Petrobras numa gigante petroleira? Mea culpa de quê, cara pálida?
Curioso que esta elite cínica pede mea culpa de Lula e não faz mea culpa por ter eleito Bolsonaro.
Mauro Lopes tem muita razão o cheiro de ontem não foi de Diretas Já, foi de Nova República.
Preparemos para duas disputas hercúleas: eleger Lula e depois disputar a pauta da classe trabalhadora diuturnamente. Essa elite escravocrata que precisa da classe trabalhadora para expulsar o arrotador da mesa, não nos quer sentados nela.