Após fazer parte da Flotilha da Liberdade e ser detida por autoridades de Israel na tentativa de chegar a Gaza em um barco de ajuda humanitária, a ativista Greta Thunberg falou com jornalistas após ser deportada.
No Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, antes de embarcar para seu país natal, a Suécia, ela pediu a libertação dos outros detidos a bordo da Flotilha da Liberdade. Ela descreveu uma situação "bastante caótica e incerta" durante a detenção.
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"Peço veementemente a libertação imediata deles e peço a todos que puderem que se mobilizem junto aos seus governos", disse. O ativista brasileiro Thiago Ávila, que compunha a tripulação, segue detido em Israel após se recusar a assinar um documento de deportação. Ele está em greve de fome desde as 4h, horário local, de segunda-feira (9).
Questionada se estava decepcionada com o fato de o barco não ter chegado a Gaza, Greta respondeu que "é uma violação contínua do direito internacional e os crimes de guerra que Israel está cometendo sistematicamente contra os palestinos ao não permitir a entrada de ajuda e ao deixar as pessoas passarem fome, um massacre em massa de todas as formas possíveis".
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Silêncio da comunidade internacional
Greta explicou aos repórteres o objetivo dos ativistas. "A Coalizão da Flotilha da Liberdade tem enviado barcos continuamente para romper o cerco e abrir um corredor humanitário, desde 2008. E esta foi uma dessas missões. Agora, mais importante do que nunca, pelo cerco, pela fome sistemática de mais de 2 milhões de pessoas e pelo genocídio em massa transmitido ao vivo", disse.
"Esta era uma missão para tentar, mais uma vez, levar ajuda a Gaza, que é desesperadamente necessária, mas também para enviar solidariedade e dizer: nós vemos vocês, vemos o que está acontecendo e não podemos aceitar apenas testemunhar tudo isso e não fazer nada. Isso nunca pode ser uma opção", pontuou a ativista.
Quando perguntada sobre o porquê de tantos países e governos ao redor do mundo estarem simplesmente ignorando o que está acontecendo em Gaza, Greta foi direta: "Por causa do racismo. Eu diria que essa é a resposta simples".
"Racismo e basicamente tentar, de forma desesperada, defender um sistema destrutivo e mortal que sistematicamente coloca o lucro econômico de curto prazo e a maximização do poder geopolítico acima do bem-estar dos humanos e do planeta. E agora é muito, muito difícil defender isso moralmente", apontou. "É impossível, mas eles ainda estão tentando, o que é... Absurdo não é a palavra. Mas não há palavras para descrever."