O Big Brother Brasil, um dos reality shows mais assistidos do país, sempre foi palco de intensas emoções e conflitos. No entanto, por trás das câmeras, histórias de homofobia foram reveladas por ex-participantes, trazendo à tona a discussão sobre a diversidade e inclusão no programa.
Um dos relatos mais chocantes vem de Dicesar Ferreira, participante do BBB 10. O maquiador revelou que nos bastidores do programa, a produção não poupava comentários homofóbicos, fazendo piadas e expressando desconforto com sua presença. Dicesar conta que chegou a ouvir frases preconceituosas enquanto realizava tarefas cotidianas na casa, como cozinhar. A parceria com Serginho Orgastic também era alvo de comentários discriminatórios, tornando o ambiente hostil para os dois participantes.
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Dicesar explicou que, na época, não podia expor os casos de homofobia dentro da casa, mas tentava manifestar seu incômodo batendo na parede. Apesar das dificuldades, ele acredita que, ao longo das 13 edições do programa, houve uma mudança positiva, tornando o reality mais acolhedor para a comunidade LGBTQIAP+. "Já mudou muito, a gente não escuta mais isso", afirmou o maquiador.
Outro ex-participante que compartilhou sua experiência com a homofobia no BBB foi Andre Gabeh, integrante da primeira edição do programa em 2002. O músico, assumidamente gay e assexual, revelou ter enfrentado piadas preconceituosas e constrangimentos homofóbicos durante sua participação. Gabeh desabafou sobre a pressão do jogo e as dificuldades emocionais que enfrentou, chegando a considerar desistir da atração.
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O momento de superação de Andre Gabeh aconteceu através da música, mais especificamente com a canção "Don't Give Up" de Kate Bush e Peter Gabriel. O artista encontrou forças na música para enfrentar a exaustão emocional e seguir adiante no jogo.
A homofobia também foi um tema presente na disputa pela vitória do BBB 10, onde o participante Marcelo Dourado, que já havia participado da edição 4, foi acusado de proferir declarações homofóbicas. Apesar das críticas e da polarização com Dicesar, Dourado se sagrou campeão do programa naquela edição.
Anos após sua participação, Marcelo Dourado reconheceu seus erros em um vídeo publicado em suas redes sociais, pedindo desculpas pela postura homofóbica que adotou na casa. Ele ressaltou a importância da resistência da comunidade LGBTQIA+ e afastou os homofóbicos de suas redes sociais, destacando a necessidade de evolução e progresso.
O BBB, como reflexo da sociedade, passa por transformações e desafios em relação à diversidade e respeito às diferenças. Os relatos de Dicesar Ferreira e Andre Gabeh reforçam a importância de promover um ambiente inclusivo e combater a homofobia, não apenas dentro da casa mais vigiada do Brasil, mas em todos os espaços da sociedade. O programa, que alcança milhões de telespectadores, tem o papel de influenciar positivamente a mentalidade do público em relação à diversidade, estimulando o respeito e a aceitação.