Brasileiros e pessoas do mundo inteiro se comoveram com a história da jovem Juliana Marins, de 26 anos, que escorregou durante trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, e caiu mais de 500 metros de um penhasco de difícil acesso.
Devido à má vontade das autoridades locais, que pouco ou quase nada fizeram para resgatar Juliana Marins, a jovem morreu após quatro dias, pois estava sem roupas adequadas, água e alimentação para resistir até a chegada do resgate, que foi organizado por outros trilheiros.
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Mas, se milhões de pessoas se emocionaram com a morte de Juliana Marins, o mesmo não pode ser dito de parte da militância bolsonarista e de extrema direita, que encontrou fotos antigas da jovem, sugerindo que ela tinha posicionamentos progressistas e debocharam da morte dela.
"Se era petista, tinha que morrer mesmo, um a menos. Eles matam muito mais gente dando poder para esses fdp", escreveu um.
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"Que se foda, era petista", disparou outro militante bolsonarista. "Uma petista raiz, que ironia, pqp", debochou o perfil Gabinete da Direita.
Juliana Marins: veja imagens do resgate do corpo da brasileira
Um homem conhecido como Agam desceu na manhã desta quarta-feira (25), ao local em que se encontra o corpo da brasileira Juliana Marins, encontrada morta quatro dias após cair em um vulcão na Indonésia.
Tratado por brasileiros como herói, Agam se juntou à equipe de resgate há alguns dias. Foi ele quem desceu ao local exato onde Juliana estava.
“Meus sentimentos pela morte da alpinista brasileira, não posso fazer muito, só posso ajudar assim”, escreveu ele.
Um dia antes, ainda com expectativas de que Juliana estivesse com vida, Agam escreveu em seu Instagram:
“Ela caiu em um desfiladeiro profundo, com rochas soltas. Estamos arriscando nossas vidas aqui, então, precisamos ter muito cuidado. As equipes estão esperando o sol nascer e vão descansar um pouco. Já faz 3 dias que estamos acordados tentando fazer o resgate no penhasco. Vou me juntar à equipe para descer diretamente ao fundo do desfiladeiro.”
Desaparecida
Juliana estava desaparecida desde a última sexta-feira (20), quando caiu em uma área de difícil acesso. Segundo relatos, ela estava sem água, sem comida e vestia apenas calça jeans, camiseta, luvas e tênis, além de estar sem óculos, o que agrava sua situação, já que é míope. Ainda não há informações oficiais sobre seu estado de saúde.
As operações de busca por Juliana continuaram, mas são dificultadas pelo terreno acidentado e pela instabilidade do clima na região. Amigos da publicitária que estão na Indonésia acompanharam as buscas e tentaram apoiar o trabalho das equipes locais.
O Itamaraty acompanhou o caso por meio do consulado em Jacarta e presta assistência à família da brasileira.
Família de Juliana Marins aponta negligência do resgate
A família de Juliana Marins, brasileira de 26 anos que morreu após cair em uma trilha rumo ao vulcão Rinjani, na Indonésia, e ficar quatro dias isolada em uma cratera de difícil acesso sem água, comida ou roupas adequadas, anunciou nesta quarta-feira (25) que buscará "justiça" devido a suposta negligência das equipes de resgate do país asiático.
"Juliana sofreu uma grande negligência por parte da equipe de resgate. Se a equipe tivesse chegado até ela dentro do prazo estimado de 7h, Juliana ainda estaria viva. Juliana merecia muito mais! Agora, nós vamos atrás de justiça por ela, porque é o que ela merece. Não desistam da Juliana!", diz mensagem publicada pela família nas redes sociais.
Confira:
Resgate do corpo
O corpo da brasileira Juliana Marins, 26 anos, foi finalmente resgatado na quarta-feira (25) da cratera do Monte Rinjani, um vulcão ativo de 3.726 metros localizado na ilha de Lombok, na Indonésia. A confirmação foi feita pela Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, a Basarnas, em entrevista a uma emissora local.
Juliana, natural de Niterói, viajava sozinha pela Ásia e havia iniciado a trilha na borda do vulcão na manhã de sábado (21), acompanhada por cinco turistas e apenas um guia. Já nas primeiras horas da subida, ela sofreu com exaustão e pediu uma pausa. Relatos da família afirmam que o guia continuou com o restante do grupo, deixando-a sozinha por cerca de uma hora. Nesse intervalo, ela perdeu o equilíbrio e despencou aproximadamente 500 metros por um terreno instável e íngreme.
Drones operados por turistas localizaram Juliana ainda viva no domingo (22), mas o resgate só foi possível quatro dias depois. Embora seu corpo tenha sido localizado na terça-feira, as condições climáticas adversas como neblina, frio intenso e solo arenoso impediram ações eficazes por parte das equipes de resgate.