FOLHA SANTISTA

Sargento que matou esposa “conseguiu” dar 51 facadas na vítima após chegada da PM

Amanda Fernandes Carvalho ainda foi alvo de três tiros desferidos pelo marido, o policial Samir de Carvalho; caso ocorreu no litoral de SP

Escrito em SP el
Jornalista e redator da Revista Fórum.
Sargento que matou esposa “conseguiu” dar 51 facadas na vítima após chegada da PM
O sargento da PM Samir Carvalho assassinou a esposa Amanda Fernandes Carvalho. Reprodução e Reprodução/Instagram

O caso trágico que abalou a cidade de Santos, no litoral paulista, registrou mais uma informação aterrorizante. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Amanda Fernandes Carvalho levou 51 facadas - e não 10 como foi informado anteriormente - e três tiros do marido, Samir do Nascimento Rodrigues de Carvalho, sargento da Polícia Militar (PM).

O feminicídio aconteceu dentro de uma clínica médica no bairro Marapé, em Santos. Com a quantidade de golpes e a intensidade da violência, a vítima morreu no local e o homem foi preso. O crime ocorreu no dia 7 de maio.

O laudo necroscópico, obtido pelo G1, apontou que a maioria das facadas atingiu o lado direito do corpo de Amanda, com golpes da coxa até a face.

O médico legista responsável pelo documento indicou que Amanda sofreu “morte violenta, decorrente de anemia aguda por hemorragia interna traumática, em consequência dos ferimentos” provocados pelos tiros e facadas.

A prisão do sargento teve como consequência o que se chama de agregação militar, que o deixou como inativo temporariamente. Dessa forma, ele perdeu o direito ao salário e o tempo de serviço não é contabilizado.

Samir foi encaminhado ao Presídio da Polícia Militar Romão Gomes, na capital paulista. Porém, deve ser transferido para Santos, ainda esta semana, para participar da reconstituição do crime, conforme informações da delegada Débora Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que comanda as investigações.

Relembre o caso

Samir Carvalho foi preso em flagrante depois de assassinar brutalmente a esposa Amanda Fernandes, na tarde de 7 de maio, dentro de uma clínica médica na Avenida Senador Pinheiro Machado, no bairro Marapé.

A filha de 10 anos do casal, também baleada, foi levada à Santa Casa de Santos. Ela recebeu alta no dia 13 de maio.

O médico proprietário da clínica disse, em depoimento à polícia, ter sido surpreendido por Amanda e pela filha, quando esperava o horário de chamá-las para consulta agendada.

O profissional relatou às autoridades que a vítima, muito nervosa, disse a ela que estava sendo ameaçada por Samir. “Meu marido está comigo, está armado, é policial e ele quer me matar, pois estamos nos separando”, teria afirmado Amanda ao médico.

Ele contou que trancou o consultório, colocou duas cadeiras atrás da porta e ficou segurando, com receio de que o sargento a arrombasse. Declarou, também, que pediu para Amanda chamar a polícia, mas ela respondeu que uma amiga já tinha feito isso.

O médico, em seguida, relatou que ouviu uma batida na porta e perguntou quem era. Porém, não teve retorno. Na sequência, escutou a voz da secretária pedindo para abrir a porta, porque a PM havia chegado. Segundo o depoimento, foi possível escutar uma voz masculina dizendo: “Pode abrir, é a polícia, está tudo sob controle”.

Porém, o pior ainda estava por vir. Depois de indagar se os agentes estavam uniformizados, o médico abriu parcialmente a porta e se dirigiu para atrás da mesa. Ele disse que viu, no fim do corredor, um policial fardado e, depois, ouviu uma sequência de mais de dez tiros.

O profissional contou à polícia que se abrigou embaixo da mesa para se proteger. Ele se levantou, apenas, depois que o agressor foi contido pelos policiais.

O homem revelou que socorreu a filha de Amanda e observou o corpo da mulher com uma faca “cravada no pescoço e banhada em sangue”.

Agressor dá 51 facadas na vítima na presença de PMs

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que a PM instaurou um Inquérito Policial Militar para “apurar rigorosamente a conduta dos agentes acionados para atender uma ocorrência que evoluiu para feminicídio e tentativa de homicídio em uma clínica de saúde”.

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