Violência

Aluno é agredido e quase desmaia em escola do litoral paulista

A vítima, de 13 anos, ficou com o olho esquerdo inflamado e está se submetendo a tratamento

Escrito em SP el
Jornalista e redator da Revista Fórum.
Aluno é agredido e quase desmaia em escola do litoral paulista
Aluno ficou com o olho inflamado após ser agredido na UME Avelino da Paz Vieira. Arquivo Pessoal e Reprodução/Facebook

Um adolescente, de 13 anos, foi vítima de agressão com um soco no rosto por um colega, também de 13 anos, após desentendimento na aula de Educação Física. O caso ocorreu na Unidade Municipal de Educação (UME) Avelino da Paz Vieira, em Santos, no litoral paulista.

A vítima e sua mãe foram à delegacia e registraram boletim de ocorrência (BO). Em consequência do ato violento, a vítima ficou com uma inflamação no olho esquerdo.

A mãe contou que chegou à escola às 17 horas para buscar o filho na saída. Ela encontrou o garoto com a mão no olho, atrás do inspetor e ao lado da diretora e do professor de Educação Física. Ela, então, questionou o ocorrido e a diretora levou todos à sua sala.

“Lá, o professor relatou que, quando viu, meu filho já estava no chão, machucado. No tempo em que socorria ele, o menino que o agrediu aproveitou o portão aberto, por conta da saída dos alunos, e saiu correndo”, relatou a mãe, em entrevista para A Tribuna.

“Meu filho relatou que estava jogando bola e levou um drible do colega, caindo e ralando o joelho. Quando se levantou, foi perguntar por que o menino havia derrubado ele. Nesse momento, o agressor deu um soco no olho dele, fazendo com que caísse novamente e começasse a ver tudo escuro. Foi quando o professor veio socorrê-lo”, afirmou.

A mãe foi orientada a levar o filho ao hospital, já que ele estava machucado. Ela contestou, dizendo que essa era uma responsabilidade da escola e do professor, pois o filho estava sob os cuidados da instituição. Ressaltou, também, que, naquele dia, precisava buscar os outros dois filhos, que estudam em escolas próximas.

A criança agredida permaneceu com a diretora e, 15 minutos depois, quando a mãe voltou, o pai do adolescente havia ido até a escola e a diretora havia liberado o menino. A mãe o encontrou em uma cantina do outro lado da rua, colocando gelo no local atingido. Em seguida, ela voltou à escola e disse que a diretora entregou, apenas, um breve relatório com o ocorrido.

Depois disso, a mãe levou o menino à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). No local, foi feito um exame de raio-X e foi aplicada a medicação. Mesmo assim, ele continuava com muita dor e, por isso, foi encaminhado à Santa Casa de Santos, onde a mãe deixou seu número de telefone com a recepção e esperou a liberação da vaga, o que ocorreu no dia seguinte.

Em seguida, foram realizados exames, que constataram uma inflamação no olho esquerdo.

A mãe foi aconselhada a levar o filho ao Instituto Médico Legal (IML) no dia seguinte, para realização de exame de corpo de delito. Depois, ela voltou à escola. “Chegando lá, perguntei se ela havia comunicado os pais do menino. Ela respondeu que sim, que os pais se prontificaram a pagar os remédios e demais gastos — o que não estou vendo até o momento — e que, por enquanto, não era o momento para reunir todos para conversar”.

A diretora informou à mãe que o agressor foi punido: ficou dois dias em casa “refletindo sobre o que fez”.

Vítima perdeu aula

A mãe do garoto contou que o filho perdeu 15 dias de aula, porque o antibiótico prescrito precisava ser aplicado no olho lesionado a cada quatro horas, o que a escola não teria condições de fazer.

Ainda conforme a mulher, somente depois desse período a diretora marcou uma reunião com a mãe do agressor.

O que diz o BO

O BO, o qual A Tribuna teve acesso, registrou que o adolescente e a mãe se dirigiram à delegacia para relatar que, durante a aula de Educação Física, ele jogava futebol de salão na quadra da escola ao lado.

Em determinado momento, depois de um desentendimento decorrente de uma jogada, foi empurrado pelo colega. Ele caiu no chão e, em seguida, se levantou para ir tirar satisfações. Foi quando levou um soco no olho esquerdo, caiu de novo e quase desmaiou.

Ainda segundo o BO, o professor de Educação Física prestou socorro imediato e levou o aluno à diretoria. Enquanto isso, o agressor fugiu. O caso foi registrado como ato infracional de lesão corporal na Diju de Santos.

O que diz a prefeitura

A prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), divulgou uma nota para destacar que, segundo a equipe gestora da escola, “todos os encaminhamentos necessários foram tomados após o ocorrido com os alunos, incluindo o encaminhamento para a unidade municipal de saúde”.

A Seduc disse, também, que as famílias foram atendidas e foi realizada reunião com membros da equipe gestora e estudantes de Psicologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que atuam na unidade de ensino.

Além disso, houve intervenção do Programa Municipal de Justiça Restaurativa, que reuniu os alunos envolvidos para a resolução do conflito, com autorização das famílias.

A Seduc destacou, ainda, que a escola promoveu discussões sobre bullying, violência e empatia. “Vale destacar que a unidade também leva especialistas ao local para tratar do assunto com os estudantes, além do trabalho que é realizado pelos psicólogos educacionais da Seduc”, completou a nota.

Siga o perfil da Revista Fórum e do jornalista Lucas Vasques no Bluesky.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar
Logo Forum