A depressão é um dos transtornos mentais mais comuns e incapacitantes no mundo, afetando milhões de pessoas. Agora, um estudo publicado no JAMA, em dezembro de 2024, revela que caminhar ao menos 7 mil passos diários (pouco menos de 5 km) pode reduzir em média 31% os sintomas de depressão, abrindo caminho para novos tratamentos baseados em atividades físicas simples.
Pesquisadores da Universidade de Castilla-La Mancha, junto com outras quatro instituições internacionais, revisaram 33 estudos realizados entre julho de 2023 e maio de 2024 para entender a ligação entre atividade física e depressão. O uso do número de passos diários foi escolhido por ser uma medida prática e acessível para monitorar o nível de movimento.
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Na análise, foram considerados dados de cerca de 96 mil pessoas, de 18 a 91 anos, de 13 países, todas diagnosticadas com depressão ou com sintomas relacionados. O grupo era composto por 54,5% de mulheres e 45,5% de homens.
Monitoramento e resultados: por que 7 mil passos fazem diferença
Utilizando pedômetros e acelerômetros, os participantes registraram médias diárias entre 2.931 e 10.378 passos. Os pesquisadores definiram que o ponto de corte para benefícios significativos está em 7 mil passos. Passar dessa marca mostrou uma redução clara nos sintomas depressivos.
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O estudo ainda indicou que subir para 7.500 passos diários aumenta a melhora para 42% e que para cada mil passos a mais na rotina, há um acréscimo médio de 9% na redução dos sintomas.
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Depressão: um desafio global com impacto no Brasil
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é uma condição multifatorial que interfere diretamente na qualidade de vida, sendo a principal causa de incapacidade no mundo. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estima que cerca de 300 milhões de pessoas convivem com o transtorno.
No Brasil, a depressão é um problema grave e crescente. Dados do Ministério da Previdência Social apontam que em 2024 houve 472.328 afastamentos por problemas de saúde mental, um aumento de 68% em relação a 2014. Desse total, 113.604 licenças foram por depressão e 52.627 por depressão recorrente. O estado de São Paulo é o que mais registra casos, com 30.535 afastamentos por essa causa.
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