A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou oito clínicas de estética no Brasil após uma operação nacional que encontrou irregularidades graves em 31 unidades. A ação, denominada "Estética com Segurança", ocorreu no Distrito Federal, Goiás, São Paulo e Minas Gerais, resultando no fechamento de estabelecimentos que apresentavam riscos à saúde dos pacientes.
Segundo a Anvisa, mais de 50 agentes participaram da operação, que identificou falhas estruturais e sanitárias que comprometiam a segurança dos procedimentos realizados nesses locais. As infrações incluem falta de protocolos de segurança para pacientes e descarte de resíduos, ausência de prontuários, falhas graves de higiene e esterilização inadequada de equipamentos.
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A agência informou que todas as clínicas flagradas com irregularidades responderão a um processo administrativo sanitário e poderão sofrer sanções que variam de multas à proibição definitiva das atividades.
Irregularidades graves por Unidade da Federação
Distrito Federal
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No Distrito Federal, uma clínica foi interditada por não contar com um responsável técnico habilitado na área da saúde, condição obrigatória para o funcionamento de estabelecimentos do setor. Além disso, outras unidades foram notificadas pela ausência de registros e armazenamento inadequado de medicamentos vencidos.
Goiás
Em Goiânia, a fiscalização visitou nove clínicas, das quais apenas uma não apresentou irregularidades. O principal problema identificado foi a falta de registros sanitários adequados e o uso de substâncias médicas vencidas.
Minas Gerais
Os agentes da Anvisa encontraram casos alarmantes em três clínicas mineiras, incluindo a reutilização de materiais para microagulhamento da pele. Esse procedimento, ao entrar em contato com secreções e sangue de diferentes pacientes, pode levar à transmissão de doenças graves e infecções. Além disso, foram apreendidos medicamentos vencidos e substâncias utilizadas sem controle adequado.
São Paulo
No estado de São Paulo, os fiscais encontraram 300 ampolas de substâncias sem registro e nove aparelhos descalibrados em uma clínica na cidade de Osasco. Ao todo, 11 estabelecimentos foram vistoriados, e os agentes constataram que muitos utilizavam produtos manipulados sem a devida regulamentação.
Os medicamentos produzidos por manipulação são voltados a pacientes com necessidades específicas, e sua produção em larga escala pode representar riscos significativos, já que exige uma infraestrutura complexa e rigoroso controle de qualidade — características exclusivas da indústria farmacêutica, segundo a Anvisa.
Critérios da fiscalização e impacto da operação
A Anvisa informou que a operação "Estética com Segurança" foi motivada por denúncias de consumidores e pelo monitoramento de clínicas que investiam em publicidade massiva em mídias tradicionais e redes sociais.
"A escolha das clínicas para fiscalização foi baseada em denúncias de usuários e no elevado grau de inserções publicitárias patrocinadas por essas marcas", afirmou a agência em nota.
As clínicas interditadas poderão recorrer das penalidades, mas só poderão retomar as atividades caso regularizem todas as infrações constatadas. A operação reforça a necessidade de fiscalização contínua no setor de estética, um mercado em franca expansão, mas que precisa garantir a segurança e a integridade dos procedimentos realizados.
