PRODUTO NACIONAL

Anvisa aprova concorrente brasileiro do Ozempic; saiba como funciona

Agência autorizou a produção de dois medicamentos pela farmacêutica EMS; veja quando ambos serão comercializados

Ozempic.Embalagem do medicamentoCréditos: Reprodução/Redes Sociais
Escrito en SAÚDE el

A farmacêutica EMS foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a produzir dois medicamentos à base de liraglutida, que serão concorrentes do Ozempic.

São o Lirux, indicado para tratamento do diabetes, e o Olire, que será utilizado no combate à obesidade. Segundo nota da farmacêutica, ambos já estão sendo fabricados em fase piloto. A partir de março de 2025, a produção deve chegar a 40 milhões de unidades.

A liraglutida é o princípio ativo dos medicamentos Saxenda e Victoza, da Novo Nordisk, cuja patente caiu no Brasil em 2024. A substância é classificada como análoga de GLP-1, mesma classe do Ozempic.

Trata-se de um hormônio produzido pelo intestino e liberado na presença de glicose. Avisa ao cérebro quando a pessoa está alimentada, o que reduz o apetite, além de aumentar os níveis de insulina e equilibrar o açúcar no sangue.

O novo medicamento será inteiramente produzido em solo nacional, o primeiro dessa categoria a ser fabricado no Brasil.

“Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero. Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado, reforçando nossa posição de liderança no mercado farmacêutico brasileiro com produtos de alta qualidade e de grande impacto”, declarou Carlos Sanchez, presidente do Conselho de Administração da EMS, em nota.

Diferenças em relação ao Ozempic

A diferença principal entre os medicamentos está no princípio ativo: o Ozempic contém semaglutida, enquanto o Olire, também indicado para tratamento da obesidade, é feito a partir da liraglutida.

Em contrapartida, a maior semelhança, além da ação na perda de peso, está nos possíveis efeitos colaterais gastrointestinais.

De que forma atuam os medicamentos

A semaglutida e a liraglutida simulam somente o hormônio GLP-1 no organismo humano. Existem receptores dele em várias partes do corpo: no pâncreas, por exemplo, aumenta a produção de insulina.

Por essa razão, a princípio, os medicamentos do tipo foram pensados para diabetes tipo 2. Além do Ozempic, destinado a esse público, existe o Victoza, versão da liraglutida para pacientes diabéticos.

No estômago, o GLP-1 diminui a velocidade da digestão dos alimentos e, no cérebro, ativa a sensação de saciedade. Os mecanismos levam a pessoa a sentir menos fome e, consequentemente, comer menos.

Efeitos colaterais

Como todos, esses medicamentos somente devem ser usados com indicação médica e apresentam efeitos colaterais. Alguns deles: náuseas, diarreia, baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia), vômitos, tontura, indigestão, gastrite, refluxo, constipação e perda de apetite.

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