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Ozempic no SUS? Solicitação para incorporar medicamento à rede pública está sendo avaliada

O Ministério da Saúde e a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) avaliam a possibilidade de oferecer tratamento com semaglutida na rede pública de saúde a partir do primeiro semestre de 2025; entenda

SUS.Créditos: Divulgação | Agência Brasil
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O Ministério da Saúde deve avaliar a possibilidade de começar a fornecer, via Sistema Único de Saúde (SUS), o medicamento Ozempic (semaglutida), usado para controle glicêmico de pacientes com diabetes e para estimular a saciedade no tratamento da obesidade, a partir do primeiro semestre de 2025. 

De acordo com informações fornecidas à CNN, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) recebeu, em dezembro do ano passado, uma solicitação para avaliar o medicamento, com prazo de seis meses (podendo-se estender por mais 90 dias) para determinar sua viabilidade. 

O Ozempic, produzido pela farmacêutica Novo Nordisk, com sede na Dinamarca, terá sua patente quebrada em março de 2026, e outros laboratórios poderão iniciar a produção de medicamentos à base dos compostos semaglutida e liraglutida, que atuam sobre o GLP-1 para o controle da glicemia e a manutenção dos níveis de insulina. 

Já há dois desses medicamentos em desenvolvimento pela farmacêutica brasileira EMS, autorizados, em 2024, pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em 2023, além disso, a Novo Nordisk havia feito uma solicitação de incorporação do Ozempic à Conitec, mas, por conta do alto custo orçamentário (que foi avaliado em R$ 12,6 bilhões por um período de cinco anos), o pedido foi negado pelo órgão. 

A semaglutida, hoje sob patente da Novo Nordisk, tem um custo mensal de R$ 800 a R$ 2 mil para consumo próprio se adquirido direto das farmácias, a depender da dosagem. Ela memetiza a ação do hormônio natural de controle da glicose e do apetite, estimulando a secreção de insulina pelo pâncreas e reduzindo a secreção do glucagon, hormônio que aumenta os níveis de glicose sanguínea.

Além disso, o composto retarda o esvaziamento gástrico e reduz a sensação de fome por atuar no sistema nervoso central (no hipotálamo). Alguns medicamentos, como é o caso do Wegovy, contêm doses mais altas da semaglutida para tratamento de obesidade, hipertensão e apneia do sono. 

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, havia feito uma promessa de distribuição do Ozempic na rede pública de saúde da cidade do Rio de Janeiro a partir de 2026. A liraglutida já faz parte de protocolos de tratamento da rede estadual (no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do estado do Rio de Janeiro) e, em São Paulo, é oferecida como tratamento no Hospital das Clínicas e do Instituto da Criança da Universidade de São Paulo (USP), de acordo com informações da Agência Brasil. 

No Rio de Janeiro, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o tratamento só deve começar a ser oferecido pela rede pública a partir de 2026.

O protocolo de combate à obesidade do SUS, no entanto, costuma priorizar tratamentos não medicamentosos, como exercício físico e hábitos de alimentação saudável. 

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