Um artigo publicado na The Lancet alerta para uma escalada na resistência a doenças fúngicas se não houver ação imediata, segundo cientistas de diferentes universidades.
Depois de falar da previsão de 39 milhões de mortes causadas pela resistência a antibióticos causadas pela evloução das bactérias, um mal desconhecido tem preocupado os pesquisadores.
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A resistência aos antifúngicos já afeta patógenos que causam cerca de 3,8 milhões de mortes anuais, tornando o tratamento dessas infecções cada vez mais difícil. os cientistas decreveram a situação como uma "pandemia silenciosa" no artigo do The Lancet.
Infecções fúngicas resistentes como Aspergillus, Candida, Nakaseomyces glabratus e Trichophyton indotineae, ameaçam principalmente idosos e imunocomprometidos, mas também animais e o meio ambiente.
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A semelhança entre células fúngicas e humanas dificulta o desenvolvimento de tratamentos eficazes sem causar toxicidade aos pacientes.
Agrotóxicos
O Prof. Ferry Hagen ressalta que, apesar dos avanços, a resistência cruzada surge quando fungicidas com mecanismos semelhantes são usados na agricultura.
"Apesar das enormes dificuldades para desenvolvê-los, vários novos agentes promissores, incluindo classes de moléculas completamente novas, entraram em testes clínicos nos últimos anos. Porém, mesmo antes de chegarem ao mercado após anos de desenvolvimento, o setor agroquímico desenvolve fungicidas com modos de ação semelhantes, o que leva à resistência cruzada. Isso nos leva de volta à estaca zero", diz o professor Ferry Hagen.
Os cientistas recomendam um acordo global para restringir o uso de certas classes de moléculas antifúngicas em aplicações específicas, em especial no ramo agropecuário.
Eles também sugerem colaboração global para equilibrar a segurança alimentar e a saúde de humanos, animais e plantas. A prioridade das infecções fúngicas resistentes deve ser discutida na próxima reunião da ONU em setembro, afirmam os pesquisadores.