Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar emergência sanitária global para a Mpox, a primeira desde a Covid-19, o medo de uma nova pandemia como a que iniciou em 2020 se espalhou.
A preocupação se tornou ainda maior quando o primeiro caso da nova variante fora do continente africano, que vive um surto da doença, foi detectado na Europa, especificamente na Suécia. Até então, a nova variante vinha se concentrando nos países da África, principalmente na República Democrática do Congo, que registrou 14 mil ocorrências e 450 mortes.
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Porém, o diretor da OMS na Europa, Hans Kluge, afirmou que a Mpox "não é a nova Covid". Diferente da doença causada pelo coronavírus, a mpox pode ser controlada, independentemente de ser a variante 1 (nova variante) ou 2.
“Sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo”, disse. “Sabemos como controlar a mpox e – no continente europeu – os passos necessários para eliminar completamente a transmissão".
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O diretor também alertou sobre o perigo de criar um caos em cima do alerta, o que pode gerar negligência. Ele também citou a conduta da Europa diante do surto da mpox em 2022.
"Em 2022, a mpox nos mostrou que pode se espalhar rapidamente pelo mundo. Podemos, e devemos, combater a mpox juntos, através de regiões e continentes. Escolheremos colocar em prática os sistemas necessários para controlar e eliminar a mpox globalmente? Ou entraremos em outro ciclo de pânico, seguido de negligência?", questionou.
“Mudança de comportamento, ações não discriminatórias de saúde pública e vacinação contra a mpox contribuíram para controlar o surto [em 2022]”, completou. “Mas, devido à falta de compromisso e de recursos, falhamos na reta final”. Atualmente, a Europa registra cerca de 100 novos casos da variante 2 todos os meses.
Ações coordenadas
Kluge também reforçou a importância de ações coordenadas sempre com base na ciência. Durante a pandemia de Covid-19, a onda de negacionismo se tornou ainda mais forte. Para o diretor, é importante agora fortalecer a vigilância e o diagnóstico de casos e emitir recomendações de saúde pública, inclusive para viajantes, “baseados na ciência, não no medo, sem estigma e sem discriminação”.
“A necessidade de uma resposta coordenada, neste momento, é maior na região africana. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças na África declarou a Mpox uma emergência continental pouco antes da declaração global feita pela OMS. A Europa deve optar por agir em solidariedade”, finalizou o diretor.