Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar emergência sanitária global para a doença Mpox, o Ministério da Saúde instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde para elaborar ações de controle e negocia a compra de 25 mil doses de vacina com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
As informações foram divulgadas pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, que afirmou que o momento é de alerta, mas não de alarme, já que o Brasil apresenta sinal de estabilidade e controle da Mpox. Até o momento, não há nenhum caso da nova variante 1B do vírus.
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“Este é, sim, um motivo de alerta, monitoramento e preocupação. Para isso, contamos com nossos sistemas de vigilância e os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), que são essenciais nessa resposta. Contudo, é importante reforçar que não há motivo para alarme, como já mencionado em comunicados anteriores. Devemos permanecer vigilantes e seguir as recomendações disponíveis para lidar com essa emergência de importância internacional, considerando a presença do vírus no Brasil”, afirmou a ministra.
A vacina em negociação é a Jynneos, produzida por um laboratório nórdica de pequena produção. De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, há insuficiência no mercado internacional. Ela acrescentou que, neste momento, a negociação de compra das vacinas é para que também haja uma reserva no Brasil.
Em 2023, diante da declaração de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, a Anvisa autorizou a aplicação da vacina de forma provisória, com prioridade para grupos com maior risco de evolução para formas graves da doença.
A ministra afirmou que, nesse novo cenário, também não haverá vacinação em larga escala contra a Mpox. “No Brasil, nós vacinamos com uma licença ainda especial da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] em casos muito excepcionais, para grupos muito vulneráveis, pessoas que tinham tido contato com outras pessoas doentes. Então, a vacinação nunca será uma estratégia em massa para a Mpox”, explicou Nísia.
OMS declara emergência de saúde pública global
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta quarta-feira (14), a Mpox, doença conhecida como a "varíola dos macacos", uma emergência de saúde pública global. Este é o primeiro decreto de emergência mundial após a pandemia de Covid-19.
Atualmente, uma nova variante do vírus vem se propagando em alta velocidade e causando um surto em países da África. O Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) já havia declarado uma "emergência de saúde pública" no continente. Entre os países atingidos, a República Democrática do Congo (RDC) chegou a registrar 14 mil casos, incluindo 450 mortes.
Em coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, comentou sobre a situação na África e alertou que a preocupação com a Mpox deve ser global.
O decreto significa uma nova pandemia?
O decreto de emergência global da OMS não significa uma nova pandemia. O alerta tem o objetivo de reforçar uma maior atenção internacional para a doença, para que todos os países possam coordenar ações de prevenção, financiamento de vacinas, testes e tratamentos.
O que é a mpox?
Popularmente conhecida como "varíola dos macacos", a doença mudou de nome em 2022 após decisão da OMS para esclarecer sobre a forma de transmissão da mpox. Naquele mesmo ano, a Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr) publicou um informativo em que reforçava que a doença não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos.
A mpox é uma doença viral transmitida pelo vírus monkeypox, que circula tanto em humanos quanto animais. É transmitida através do contato com secreções, feridas ou bolhas em pessoas infectadas. A transmissão também pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão.
Não há tratamento específico para a doença, de acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.