EMERGÊNCIA SANITÁRIA

Mpox: Suécia registra primeiro caso da nova variante fora da África

O relato ocorre um dia após a Organização Mundial da Saúde decretar emergência de saúde pública global

Mpox: Suécia registra primeiro caso da nova variante fora da África.Créditos: qimono/Pixabay
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A Agência de Saúde Pública da Suécia registrou nesta quinta-feira (15) o primeiro caso da nova variante do Mpox. Trata-se da primeira ocorrência fora do continente africano.

De acordo com informações do governo sueco, o paciente foi infectado durante uma estadia em um país africano (não foi revelado qual). Apesar da ocorrência, a Agência de Saúde da Suécia declarou que ainda não é necessário “nenhuma medida adicional” de controle sanitário.

“Este caso não justifica nenhuma medida adicional de controle de infecção em si, mas levamos muito a sério o surto da clado I (nova variante) da Mpox. Estamos monitorando de perto e avaliando continuamente se novas medidas sanitárias são necessárias”, declarou Magnus Gisslén, epidemiologista da Agência de Saúde da Suécia.

OMS declara emergência de saúde pública global
 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta quarta-feira (14), a Mpox, doença conhecida como a "varíola dos macacos", uma emergência de saúde pública global. Este é o primeiro decreto de emergência mundial após a pandemia de Covid-19

Atualmente, uma nova variante do vírus vem se propagando em alta velocidade e causando um surto em países da África. O Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) já havia declarado uma "emergência de saúde pública" no continente. Entre os países atingidos, a República Democrática do Congo (RDC) chegou a registrar 14 mil casos, incluindo 450 mortes.

Em coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, comentou sobre a situação na África e alertou que a preocupação com a mpox deve ser global.

A OMS vem trabalhando para conter os surtos de mpox na África e alertando que o cenário é algo que deve preocupar a todos nós. Na semana passada, convoquei o comitê de emergência para avaliar a situação na República Democrática do Congo e em outros países na África. Hoje, o comitê se reuniu e informou que, em sua visão, a situação constitui emergência em saúde pública de importância internacional.

Tedros também chamou atenção para o fato de que países vizinhos à República Democrática do Congo detectaram, pela primeira vez, casos da doença.

Aceitei a recomendação do comitê. A detecção e a rápida disseminação de uma nova variante de mpox na República Democrática do Congo, a detecção dessa mesma variante em países vizinhos que não haviam reportado casos da doença anteriormente e o potencial de disseminação em toda a África e além são muito preocupantes.

O decreto significa uma nova pandemia?

O decreto de emergência global da OMS não significa uma nova pandemia. O alerta tem o objetivo de reforçar uma maior atenção internacional para a doença, para que todos os países possam coordenar ações de prevenção, financiamento de vacinas, testes e tratamentos. 

O que é a mpox?

Popularmente conhecida como "varíola dos macacos", a doença mudou de nome em 2022 após decisão da OMS para esclarecer sobre a forma de transmissão da mpox. Naquele mesmo ano, a Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr) publicou um informativo em que reforçava que a doença não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. 

A mpox é uma doença viral transmitida pelo vírus monkeypox, que circula tanto em humanos quanto animais. É transmitida através do contato com secreções, feridas ou bolhas em pessoas infectadas. A transmissão também pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão.

Não há tratamento específico para a doença, de acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. 

Qual o cenário no Brasil?

Desde sua identificação no país em junho de 2022, a infecção tem se mantido ativa, com um aumento notável nos casos durante as festividades de final de ano e nas primeiras semanas de 2024.

Embora os números atuais de casos sejam inferiores aos registrados durante a epidemia de dois anos atrás, a combinação de festividades e o aumento do contato físico entre as pessoas podem propiciar uma nova onda de infecções. Portanto, a cautela e a conscientização são fundamentais para controlar a disseminação da mpox no Brasil.