As mudanças climáticas foram reconhecidas como uma ameaça à saúde da população do planeta durante a 77ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada entre os dias 27 de maio e 1° de junho em Genebra, na Suíça.
Promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o evento teve o tema "Todos pela Saúde, Saúde para Todos”. Um de seus objetivos foi debater a relação entre as mudanças climáticas e a saúde. A resolução aprovada aponta a urgência de medidas para mitigar os efeitos da crise climática.
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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, não pôde comparecer ao evento devido sua atuação no Rio Grande do Sul, que vive sua pior tragédia climática da história. Ainda assim, Nísia enviou uma mensagem à assembleia.
“Infelizmente, outra evidência convincente do impacto das alterações climáticas na saúde. A propósito, os últimos anos nos ensinaram pelo menos duas lições repetidas vezes. Uma delas é a centralidade da saúde nos assuntos internacionais. As alterações climáticas, por exemplo, resultam em impactos graves na saúde”, diz um trecho da mensagem.
Mudanças climáticas e saúde
Em um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado em abril deste ano, dados apontaram que mais de 70% dos trabalhadores de todo o mundo estão expostos a condições graves de saúde devido à crise climática.
O estudo, intitulado "Garantir a segurança e a saúde no trabalho em um clima em mudança" mostra que os trabalhadores, principalmente os mais pobres, estão na linha de frente das consequências que a crise climática traz. De acordo com os dados, 2,4 bilhões de trabalhadores(as) - de uma força de trabalho global de 3,4 bilhões - estão provavelmente expostos ao calor excessivo em algum momento do ambiente de trabalho, de acordo com os dados mais recentes disponíveis (2020).
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Outras resoluções da assembleia
A Assembleia Mundial da Saúde também aprovou resoluções sobre prevenção e controle de infecções e saúde materna, do recém-nascido e da criança, entre outras. Além disso, no último dia do evento, uma resolução histórica concedeu à Palestina o status de observador na OMS, permitindo que o país participe dos debates.
O evento também teve como objetivo discutir o Tratado Multilateral sobre Pandemias, que visa aumentar a capacidade dos países de prevenir e responder à ameaça de futuras pandemias. Os Estados-membros definiram calendário, formato e processo para concluir o acordo.
Por fim, a Assembleia também decidiu nova estratégia da OMS para a saúde global 2025-2028, que discute o impacto na saúde de um novo cenário de alterações climáticas, envelhecimento da população, migração e avanços na ciência e tecnologia.