CALVÍCIE

Sofre de calvície e faz uso de Minoxidil? Cuidado: seus filhos podem estar em perigo

Apesar de ser eficaz no tratamento da calvície, o minoxidil também tem seus perigos — um deles é a exposição de pessoas sem essa condição ao remédio

Retrato de perfil.Créditos: Pixabay
Escrito en SAÚDE el

O minoxidil foi desenvolvido, inicialmente, como remédio para tratar a hipertensão. Mas um efeito colateral interessante chamou a atenção: o estímulo provocado pela droga nos níveis de crescimento capilar e retenção dos fios. 

A partir de então, o remédio passou a ser visto como promissor no tratamento de condições como alopécia (uma interrupção no ciclo de crescimento do cabelo) e calvície, o fenômeno de queda gradual dos cabelos que atinge principalmente homens, motivado por fatores hereditários.

O efeito positivo do minoxidil sobre o crescimento capilar se deve à vasodilatação, uma reação causada pela droga nos vasos responsáveis pela circulação sanguínea. Nos locais em que é aplicado, o minoxidil atua revitalizando os folículos capilares, reduzindo a queda e mantendo os fios no lugar, além de dando a eles um maior comprimento e espessura. 

Apesar de ser bem sucedido no tratamento da calvície, o minoxidil também tem seus perigos — um deles é causado pela exposição de pessoas sem essas condições ao tratamento com o remédio.

Desde 2019, um fenômeno tem sido registrado sobretudo na Europa, e parece estar relacionado ao uso do remédio: a ocorrência, em crianças, da "síndrome do lobisomem", como foi apelidada uma característica similar àquela causada por uma síndrome rara encontrada em bebês, caracterizada pelo crescimento descontrolado do cabelo — a hipertricose

A hipertricose causa um crescimento excessivo de pelos, que, no entanto, não se resume à cabeça: membros do corpo dos bebês, como as costas e as pernas, também são afetados.

Mas a causa da suposta "hipertricose" avistada em bebês nos últimos anos parece ser, de acordo com autoridades europeias, a exposição — em contato direto ou indireto — com o minoxidil usado pelos pais das crianças.

A Agência Europeia de Medicamentos, após avaliar cerca de 11 casos de crianças afetadas por hipertricose em toda a Europa, chegou a solicitar aos fabricantes do minoxidil a inclusão de uma advertência nas bulas do remédio, que orienta pais a procurarem por um médico caso notem o crescimento de pelos excessivo nos filhos enquanto fazem uso da medicação.

Em abril de 2023, na Espanha, um bebê começou a desenvolver hipertricose após ter contato tópico (pele a pele) com o pai, que fazia o tratamento para calvície com o uso do remédio. 

Além disso, em casos anteriores avistados na Europa, os bebês que costumavam ingerir remédios para enjoo que continham o composto do minoxidil na sua composição experimentavam um quadro de crescimento acelerado dos pelos e dos cabelos. 

A "boa notícia" é que, quando o remédio deixa de ser administrado, o crescimento excessivo também cessa: na recomendação da Agência Europeia de Medicamentos às bulas de remédios com minoxidil, a informação acerca da fácil "reversão" do quadro também deve estar presente.

 

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