ALERTA

OMS: 1 em cada 7 adolescentes tem problemas relacionados à saúde mental

O estudo foi publicado no “Journal of Adolescent Health”, conduzido pela Organização Mundial da Saúde e pela Universidade Johns Hopkins, nos EUA

Imagem Ilustrativa.Créditos: Pixabay
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Estudo desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, concluiu que um em cada sete adolescentes sofre com algum problema relacionado à saúde mental, principalmente ansiedade e depressão. O trabalho foi publicado no Journal of Adolescent Health.

O artigo apontou, também, a existência de altas taxas de abuso de álcool e drogas, distúrbios alimentares, problemas de comportamento, além de ideação suicida.

Outro dado alarmante é que cerca de um terço dos jovens apresenta essas doenças antes de chegar aos 14 anos, e metade, por volta de 18 anos. 

As conclusões foram obtidas depois de uma revisão que contemplou estudos desde 2010, procurando identificar as motivações que mais influenciam a saúde e o desenvolvimento dos adolescentes na faixa etária dos 10 aos 19 anos no mundo todo.

Especialistas ressaltaram que inúmeros fatores explicam o aumento dos problemas de saúde mental nesse público, como o maior número de pesquisas desenvolvidas nessa faixa etária, além de mais acesso à informação e melhor entendimento das questões de saúde mental, o que tem aprimorado os diagnósticos.

O surgimento de transtornos mentais ocorre devido à interação de muitos aspectos, como condições sociais, econômicas, psicológicas, culturais, genéticas, histórico familiar, maus-tratos físicos e psicológicos e eventos estressores recorrentes.

“Não há um único fator causal, é uma soma de situações que podem levar a alterações e maior vulnerabilidade para quadros de transtorno mental”, relatou o psiquiatra Gabriel Okuda, do Hospital Albert Einstein, em entrevista ao Metrópoles.

O artigo também destacou o aumento do sentimento de solidão, principalmente entre meninas, fenômeno que dobrou entre os anos de 2012 e 2018. Os autores defendem que há uma associação com o aumento da utilização de tecnologia e redes sociais, que podem provocar exclusão escolar e bullying.

“De fato, o contato por redes sociais é mais distante, gera relações mais superficiais. A pandemia da Covid-19 acelerou o isolamento social, já que crianças e adolescentes perderam o convívio escolar e isso impactou a formação de amizades e o funcionamento social, tudo foi trocado pela vivência online”, acrescentou o especialista

Como identificar se o problema está em casa

A adolescência é uma etapa de transição, que pode afetar a saúde mental. Por isso, é essencial observar qualquer alteração de atitude.

“Se os familiares, amigos ou professores notam alteração comportamental importante, como agitação, agressividade, irritabilidade, nervosismo, tristeza, desânimo; se está mais ansioso, isolado, recluso; se diminui suas relações sociais e amizades, tem perda de apetite ou alteração de sono; tudo isso pode estar relacionado a quadros de transtornos mentais”, afirmou o psiquiatra.

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