De acordo com um estudo publicado na revista Nature, a simples redução de calorias ingeridas (que ocorre normalmente em uma dieta para perda de peso) não é um fator tão decisivo para a saúde metabólica do organismo.
Um melhor desempenho pode ser estimulado por um outro método, diz a pesquisa, que acompanhou 960 camundongos em experimento de laboratório.
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No experimento, realizado no Jackson Laboratory, em Maine, nos EUA, três tipos de dietas foram testadas a fim de analisar qual delas teria o melhor impacto sobre a saúde e a longevidade dos animais.
Os camundongos foram divididos em três grupos: um grupo recebeu uma dieta com restrição calórica, outro foi alimentado livremente, e um terceiro grupo experimentou uma dieta de jejum intermitente.
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Os camundongos submetidos a uma redução de até 40% nas calorias ingeridas apresentaram maior longevidade, diz o estudo, e aqueles em regime de alimentação controlada apresentaram mudanças metabólicas positivas, como a diminuição da gordura corporal e dos níveis de açúcar no sangue.
No entanto, as mudanças metabólicas não parecem ser a chave para a longevidade, descobriu Gary Churchill, o cientista encarregado pela pesquisa. Os camundongos que perderam mais peso com suas dietas tendiam a morrer mais cedo do que aqueles que perderam menos peso.
Então, quais fatores são realmente importantes?
Os fatores que mais contribuíram com o prolongamento da vida dos camundongos foram sua saúde imunológica (incentivada pela resiliência das células vermelhas do sangue) e a resistência ao estresse causado pela redução da alimentação (ligada a fatores genéticos), explicou o pesquisador — mas uma redução calórica excessiva apresentou malefícios.
O leve "estresse" do corpo submetido a regimes específicos de alimentação, como o jejum intermitente, pode ter estímulos positivos sobre o organismo, refletindo inclusive no "healthspan" (período de vida em que o organismo está saudável, livre de doenças crônicas).
Já o corte excessivo de calorias pode ser prejudicial à atividade metabólica e à imunidade.
Embora as conclusões do estudo não possam ser diretamente relacionadas a um organismo humano, Daniel Belsky, epidemiologista da Universidade Columbia ouvido pela Nature, reconhece a importância dos resultados para a compreensão de aspectos fundamentais à saúde e à longevidade dos organismos — que, aliás, não são sinônimos.