Walter Vieira, médico ginecologista e sócio do laboratório PCS Lab Saleme, responsável pelos exames envolvendo transplante de órgãos infectados com vírus HIV, foi preso na manhã desta segunda-feira (14), em operação da Polícia Civil.
A operação está nas ruas com o objetivo de cumprir outros três mandados de prisão e 11 de busca e apreensão sobre o caso que estarreceu o país no final da semana passada.
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Walter é concursado do município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele foi afastado nesta sexta-feira (11), do cargo público. Ele exercia ainda o cargo não remunerado como presidente do Comitê Gestor de Vigilância e Análise do Óbito Materno Infantil e Fetal da cidade, segundo informações da prefeitura da cidade.
O suspeito é casado com a tia do deputado federal e ex-secretário de Saúde do estado do Rio, Dr. Luizinho. A empresa foi contratada pela Fundação Saúde, empresa pública do Governo do Rio, no mesmo período da gestão do parlamentar. As informações são do Jornal O Dia.
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Falsificação de laudos
O laboratório de análises clínicas PCS LAB Dr. Salame, com sede em Nova Iguaçu, é suspeito de ter falsificado laudos em outros casos além dos transplantes. O local precisou ser arrombado pelos policiais durante as buscas, pois a sede estava interditada desde a semana passada.
A Delegacia do Consumidor (Decon) investiga laudos que teriam sido falsificados por um grupo criminoso e utilizados pelas equipes médicas, induzindo-as ao erro, o que levou à contaminação de pelo menos seis pacientes. Um deles veio a falecer, com as causas da morte ainda sob investigação.
O secretário de Estado da Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou:
"Determinei imediatamente a instauração do inquérito, atendendo a determinação do governador para que os fatos fossem investigados com maior rigor e rapidez. Conseguimos elementos para representar pelas cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os culpados sejam punidos com a maior celeridade."
Já o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que "o crime é inaceitável e atenta contra a vida e a dignidade humana. Não descansaremos até que todos os envolvidos nesse esquema criminoso sejam identificados e punidos de acordo com a lei. A vida de inocentes foi colocada em risco, e o Estado não permitirá que esse tipo de crime fique impune".
Já o Dr. Luizinho afirmou conhecer o laboratório há mais de 30 anos e que ele foi dirigido, inicialmente, pelo pai de Walter. O político afirmou esperar "punição exemplar para os responsáveis por esses gravíssimos casos de contaminação".
O ex-secretário de Saúde garantiu ainda que manteve a mesma equipe do Programa Estadual de Transplantes da gestão anterior em sua gestão e que nunca participou da contratação deste ou de qualquer outro Laboratório.
O laboratório afirmou em nota que "a defesa de Walter e Mateus Vieira, sócios do PCS Lab Saleme, repudia com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório, uma empresa que atua no mercado há mais de 50 anos. Ambos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça”.
Os envolvidos são investigados por associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária.