PREOCUPAÇÃO

"Doença da urina preta": Entenda a síndrome que assusta o Amazonas

O estado já registrou 49 casos da doença relacionada ao consumo de pescados

Doença da urina preta/Imagem ilustrativa.Créditos: Frolicsomepl/Pixabay
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O estado do Amazonas confirmou 49 casos da “doença da urina preta” e está investigando outros 13, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM)

Os casos registrados foram nas cidades de Itacoatiara (36), Manaus (7), Parintins (2), Manacapuru (3) e Nova Olinda do Norte (1). Até o momento, não há óbitos relacionados à doença.

Porém, a situação preocupa autoridades de saúde devido às graves consequências da enfermidade, que pode levar à degradação dos músculos e insuficiência renal. Por isso, forças-tarefas foram montadas para rastrear casos nos municípios. A FVS-AM, também informou que "toda a rede de saúde, incluindo unidades privadas e públicas, da capital e interior, está orientada para realizar atendimento de casos suspeitos de rabdomiólise".

Entenda a “doença da urina preta”

A doença, cientificamente chamada de Doença de Haff, pode ocorrer após consumo de peixes e crustáceos contaminados por toxinas provenientes de algas.

Essa ingestão resulta em infecções que, por sua vez, levam ao quadro conhecido como rabdomiólise, que se caracteriza pela destruição de fibras musculares, responsável por causar intensa dor e liberar substâncias na corrente sanguinea que podem afetar os rins e o sistema urinário. 

Esse quadro é o que gera a urina preta, devido à elevação dos níveis séricos de creatina fosfoquinase (CPK).

Segundo estudo feito pela Fiocruz Bahia e publicado na revista científica Lancet Regional Health – Américas, essas toxinas resistem ao aquecimento. 

A rabdomiólise pode desencadear destruição muscular, insuficiência renal, presença de resíduos no sangue que podem afetar o coração e a síndrome compartimental, na qual a circulação sanguínea fica comprometida em uma região do corpo, causando a morte dos tecidos. 

Sintomas

Além da urina preta, os sinais mais comuns da doença são mal-estar, náusea, fraqueza muscular, vômito, dor abdominal e febre.

Porém, a rabdomiólise pode ser consequência de traumatismos, atividades físicas excessivas e infecções, consumo de álcool e outras drogas. Por isso, é preciso um diagnóstico médico para confirmar a Doença de Haff. 

Tratamento

Não há tratamento específico para a Doença de Haff, mas para alívio dos sintomas gerados pela síndrome. 

Como a doença pode levar a um quadro de insuficiência renal, é recomendado que a função dos rins seja monitorada e o paciente se mantenha sempre hidratado. Em casos graves, onde há internação, procedimentos como diálise podem ser recomendados.