Mais de 21 mil pessoas pediram afastamentos devido ao mioma uterino, doença que mais afastou trabalhadores no primeiro semestre de 2023, segundo dados do Ministério da Previdência Social. O levantamento chama a atenção para uma doença que atinge, sobretudo, a saúde das mulheres.
O afastamento pelo Instituto Nacional do Seguro social (INSS), órgão responsável pelo pagamento de benefícios previdenciários, é permitido ao trabalhador em casos de doença, lesão ou acidente que exigem ausência por 15 dias ou mais.
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O pagamento dos primeiros 15 dias de licença médica é feito pela empresa. Ao ultrapassar o prazo estipulado, é o INSS o encarregado pela manutenção dos direitos do trabalhador, incluindo salário e depósitos mensais na conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O trabalhador deve seguir os seguintes critérios para solicitar afastamento pelo INSS e agendar perícia médica para confirmar o problema: incapacidade de seguir com a rotina no ambiente de trabalho; cumprimento da carência (15 dias); e qualidade de segurado, com registro CLT comprovado ou contribuição mensal ao INSS feita pelo trabalhador.
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O que é o mioma?
O mioma uterino é um tumor benigno formado por células do tecido muscular do útero – o miométrio – que perdem o controle na capacidade de proliferação e forma nódulos. O miométrio é a camada mais espessa do útero e possibilita o crescimento da parede conforme a distensão, sem danificar o útero.
As lesões têm crescimento diretamente ligado aos hormônios e assim, o mioma acomete mulheres na fase reprodutiva, principalmente. Com a menopausa, ele reduz seu volume. Os pontos podem ser únicos ou múltiplos e terem tamanho variado.
Os miomas podem estar em qualquer região uterina e portanto, quanto mais centralizado estiver, maior a probabilidade de provocar sangramento no útero e dificultar a gravidez. Este fato pode levar a quadros de abortamento, segundo o Ministério da Saúde.
Sintomas
Embora a maioria dos pacientes seja assintomático, alguns sintomas nas pessoas com o mioma são:
- Aumento do fluxo e ciclo menstrual, por vezes com coágulos e em quantidade que pode gerar anemia;
- Aumento do volume abdominal devido ao crescimento do mioma;
- Dor pélvica, que pode resultar no aumento da frequência urinária, retenção de urina e constipação;
- Compressão dos vasos pélvicos, o que causa varizes e inchaços nas pernas;
- Infertilidade.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, isto é, associado a exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal, o principal meio de identificar doenças uterinas e ovarianas. Além dos miomas, pólipos endometriais, endometriose, adenomiose e SOP (síndrome dos ovários policísticos) são outras doenças diagnosticadas neste exame.
Tratamento
O tratamento varia conforme a presença de determinados sintomas, idade do paciente e tamanho do mioma. Para pacientes assintomáticos, o acompanhamento clínico é recomendado.
No caso de pacientes sintomáticos, geralmente são necessárias cirurgias de retirada do tumor benigno sem a lesão ao útero (miomectomia); ou a remoção do útero (histerectomia). O tratamento também pode ser feito por meio de medicamentos, como anti-inflamatórios ou uso de anticoncepcionais.