ANTITABAGISMO

SUS gasta R$ 120 bilhões por ano para tratar doenças causadas pelo cigarro

Enquanto o tabagismo persiste como um problema de saúde pública, o SUS enfrenta um ônus financeiro substancial, destacando a importância de políticas antitabagismo mais rigorosas

SUS gasta 120 bilhões com vitimas do tabagismo.Créditos: Pixabay/SarahRichterArt
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O Instituto Nacional do Câncer (INCA) lançou um alerta contundente sobre os crescentes custos associados ao tabagismo no Brasil, gerando um clamor por medidas decisivas para conter o consumo de cigarros. Com despesas alarmantes estimadas em R$ 120 bilhões anualmente provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar doenças relacionadas ao tabaco, o país enfrenta um desafio constante para mitigar os efeitos prejudiciais do vício.

A principal recomendação unânime entre os especialistas é um aumento substancial nos impostos sobre produtos derivados do tabaco, uma medida destinada a desencorajar o hábito. Especialistas ressaltam a importância de ações coletivas e políticas públicas para enfrentar o problema em sua totalidade.

Desde 1986, o Brasil se destacou como pioneiro no combate ao tabagismo, introduzindo políticas como a proibição do fumo em ambientes fechados e lançando campanhas de conscientização. No entanto, os especialistas alertam que tais avanços não podem ser comprometidos.

O país ratificou uma convenção internacional para o controle do tabaco em 2005, implementando medidas como o aumento dos preços mínimos e dos impostos sobre produtos tabagistas. No entanto, a partir de 2017, essa tendência se reverteu. Nos últimos 12 meses, enquanto a inflação cresceu 4,24% de acordo com o IPCA 15, o preço do cigarro aumentou apenas 0,53%.

Esses ajustes abaixo da inflação nivelaram os preços dos cigarros legalizados aos produtos contrabandeados, criando um cenário de alarme. Além disso, o país também se depara com o desafio de combater o comércio ilegal de produtos de tabaco, uma vez que o contrabando mina os esforços para reduzir o consumo.

Enquanto os desafios persistem, o Ministério da Fazenda, Fernando Haddad, aponta para uma medida futura. Um imposto sobre produtos prejudiciais à saúde está programado para entrar em vigor a partir de 2027, demonstrando um compromisso constante com a luta contra o tabagismo no Brasil. No entanto, a pressão por ações imediatas permanece intensa, uma vez que o país enfrenta as devastadoras consequências do consumo de tabaco.